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Elétricos aceleram mas veículos a combustão ainda compensam no preço inicial

Várias empresas significam várias soluções. O Jornal Económico foi perceber que soluções existem no mercado de gestão de frotas e comparar preços entre as empresas.
19 Fevereiro 2023, 12h00

Para cada tipo de problema, existe uma solução desenhada à medida de cada cliente. É assim que as empresas de gestão de frotas se organizam para disponibilizar as soluções à medida de cada um dos seus clientes, quer seja pequeno ou grande.

As empresas de gestão de frotas têm intensificado as vantagens que oferecem a quem os contacta e contrata, permitindo otimizar e rentabilizar melhor os negócios portugueses.
Mas engane-se quem pensa que a gestão de frotas serve apenas para fornecer um ou mais automóveis a determinadas empresas. Existem atualmente soluções digitais que os clientes querem ver implícitas nos seus contratos, de forma a identificar e gerir as frotas, sendo a finalidade tornar o negócio mais sustentável e inteligente.

As empresas de frotas dispõem agora de diferentes segmentos e de uma maior panóplia de automóveis para os seus clientes, indo dos elétricos, passando pelo diesel e gasolina e terminando no segmento premium. Mas se este não for o core do cliente, existem ainda SUVs e carrinhas disponíveis para incluir nas frotas das empresas nacionais. Mas engane-se quem pensa que as gestoras fornecem apenas soluções empresariais. Muitas passaram também a disponibilizar soluções de renting e leasing para particulares, agilizando também soluções mais baratas para o futuro.

Para comparar as diferentes modalidades que existem no mercado, o Jornal Económico realizou uma comparação entre as principais empresas que atuam no ramo do renting e leasing automóvel, de forma a perceber quais são os veículos que compensam na carteira dos empresários e particulares nacionais.

Na análise, olhámos para os principais players, como a LeasePlan, a Kinto Mobility, Volkswagen Financial Services, Athlon, a ALDAutomotive e a Renting Finders.

Na análise de oito empresas (que se encontram na tabela abaixo), é possível observar que os preços de renting de elétricos para particulares ainda é bastante superior ao esperado, indo dos 600 euros no caso da Volkswagen aos 850 euros por um Tesla.

Os veículos a diesel vão dos 360 aos 750 euros, ultrapassando às vezes esse valor, sendo o mais barato um Fiat Tipo SW e o mais caro um Audi A4 e os carros a gasolina analisados vão dos 250 aos 400 euros mensais. Ora, em análise é possível afirmar que os veículos de combustão continuam a ser, efetivamente, mais baratos de que os elétricos, ainda que estes representem já uma grande fatia no atual mercado.

Por exemplo, a LeasePlan disponibiliza um total de 4.778 veículos para empresas e 4.767 carros para particulares, todos disponíveis em várias modalidades, segmentos e marcas.
Na LeasePlan, as empresas podem adquirir um Nissan Leaf (elétrico) usado por 340 euros/mês sem taxa IVA ao longo de 30 meses ou 15 mil quilómetros (km). Já um Renault Mégane E-Tech EV40 Equilibre ficaria por 634 euros/mês, com o renting ao longo de 36 meses ou 15 mil km, enquanto um Peugeot E-2008 Active Pack – 30 meses e 15 mil km – ficaria por 623 euros/mês. No entanto, se a empresa for mais descontraída e quiser que o empresário tenha um hatchback, existe sempre a possibilidade de contratualizar um Tesla Model 3 Long Range Dual Motor por 958 euros/mês, ao longo de 30 meses ou 15 mil km.

Se o core do cliente for o transporte de mercadorias, existem também carrinhas elétricas, como por exemplo a Opel Vivaro-E por 688 euros/mês ao longo de 60 meses ou 15 mil km, enquanto que para o transporte de pessoas está disponível a Opel Zafira-E Life por 696 euros/mês nas mesmas condições que a anterior.

No segmento empresarial, as carrinhas de transporte são os veículos a diesel mais preponderantes. Uma Peugeot Partner 1.5 BlueHDi Standard tem um preço de 396 euros/mês a 60 meses ou 15 mil km. Já um carro Renault Clio V 1.5 Blue dCi Equilibre fica mais caro, a 473 euros/mês nas mesmas condições.

Agasolina, a LeasePlan tem uma Ford Transit Courier 1.0 EcoBosst Limited a 385 euros/mês ou um Seat Arona 1.0 TSI FR110 cv a 379 euros/mês, ambos incluindo as condições gerais a 60 meses ou 15 mil km. No segmento premium da LeasePlan encontram-se marcas como Mercedez, BMW, Audi e Volvo. Uma Mercedez Sprinter custaria 615 euros/mês, um BMW Serie-1 tem um preço de 628 euros/mês, o Volvo XC40 é um bocado mais barato, fixando-se nos 587 euros/mês, e um Audi Q2 Pi tem um custo de 570 euros/mês para o ramo empresarial.

Na Kinto Mobility, a oferta é em menor quantidade mas os preços são semelhantes aos praticados na concorrente. Agama elétrica da Kinto é composta maioritariamente pela Volvo e vai dos 620 aos mil euros, numa carrinha Toyota Proace.

Os veículos disponíveis a diesel vão dos 400 aos 720 euros, existindo uma escolha entre três marcas, enquanto os movidos a gasolina começam nos 300 e não passam dos 510 euros e apresentam seis marcas à escolha dos clientes.

Por sua vez, a escolha na Volkswagen Financial Services é muito mais limitada, estando apenas disponíveis quatro marcas (Volkswagen, Audi, Skoda e Seat). Na sua panóplia automóvel, a pretação mensal do renting não ultrapassa os 620 euros. No entanto, algo que é diferente entre as empresas de gestão de frotas é o financiamento permitido aos clientes. Enquanto várias empresas dispõem de financiamentos à medida do cliente (quer particular quer empresarial), a Volkswagen Financial Services tem apenas a 60 meses e 75 mil km.

Os Renting Finders têm várias marcas presentes no mercado automóvel e também possuem financiamento faseado em vários meses (dos 12 aos 84 meses) ou por quilometragem (até aos 90 mil). Aqui, esta empresa de renting apresenta-se com um Fiat 500 1.2 Lounge de 265 euros/mês, sendo este o modelo mais barato, passando por um Clio de 385 euros/mês, uma Opel Combo Cargo de 523 euros/mês e até chegar a um Mercedez Benz AMG SL63 4MATIC+, cuja mensalidade vai até aos 4.400 euros. Em toda esta escolha, os veículos podem ser elétricos, a gasóleo ou a gasolina.

Tendo várias empresas presentes nesta comparação, e visionando as soluções mais práticas para empresas ou as mais vistosas para particulares, é possível concluir que o diesel e a gasolina continuam a ser os combustíveis mais apelativos às empresas, sendo estes veículos mais baratos do que os elétricos. Caso seja gama baixa, os elétricos ainda compensam as finanças, uma vez que rondam uma mensalidade de 400 euros, enquanto segmentos elétricos médios já disparam mais de 200 euros face ao preço base. No gasóleo e na gasolina, o sentimento é o mesmo: quanto mais elevada a gama (ou a potência do veículo), maior o preço a pagar pela prestação mensal.

Apesar desta grande diferença de preços, os clientes sabem sempre que só têm de pagar o que lhes compete: combustível. É aqui que os veículos elétricos podem acabar por compensar. Enquanto o preço do gasóleo se fixou nos 1,50 euros/litro e a gasolina em 1,65 euros/litro, o preço da eletricidade é o mais apelativo nesta equação: não ultrapassa os 0,25 euros por kW/h, podendo ser mais baixo quando comparado com os vários operadores presentes no mercado.

Portanto, o cliente tem de equacionar todas as variáveis presentes nas contas que englobam o renting automóvel, excluindo o pagamento do seguro contra todos os riscos, manutenção, revisões, avarias e troca de pneus, que são condições que se encontram sempre a cargo das empresas.

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