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“Empresários portugueses devem aproveitar atual cenário de Angola e investirem a longo prazo“, presidente da Câmara de Comércio e Indústria

Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola sugere que os diferentes desafios e paradigmas económicos que existem entre Portugal e Angola são oportunidades para investimentos.
  • Cristina Bernardo
26 Setembro 2023, 15h39

Depois de em 2022 a economia de Angola ter crescido 3%, a recente desvalorização da moeda nacional, o kwanza, levou à previsão de uma contração económica de aproximadamente 0,0 % este ano, o que para o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA), João Traça, “é, sem dúvidas, uma notícia desafiadora” para os dois países.

Veja aqui a intervenção completa de João Traça, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola, na conferência “Doing Business Angola”:

Durante a sua intervenção na conferência “Doing Business Angola”, promovida nesta terça-feira, em Lisboa, pel’O Jornal Económico e a Forbes África Lusófona, João Traça apelou os empresários portugueses a aproveitarem o atual cenário que o país lusófono africano vive para investirem a longo prazo no país, embora reconheça existirem desafios e paradigmas económicos diferentes entre Portugal e Angola.

“É importante os investidores pegarem nestas diferenças e aproximar à grande capacidade de colaborarem a nível empresarial. Os investidores devem mitigar os seus investimentos e os riscos associados”, defendeu, reconhecendo, no entanto, “que investir em Angola não é a mesma coisa que investir em Portugal e vice versa”.

O responsável lembrou que, ao longo da existência da CCIPA, esta não é a primeira vez que os dois países enfrentam “desafios económicos inesperados”. Entretanto, advogou ser preciso entender estas situações como parte dos ciclos, “pois ao longo prazo continuaremos sempre a ter altos e baixos em ambas economias”.

Por outro lado, João Traça afirmou ser importante reconhecer que Angola  teve um “crescimento explosivo” no inicio do século XXI, impulsionado pelo aumento do preço do petróleo e pelo fim da guerra civil, cenário que diz não acreditar que venha a ser facilmente replicado.

“Diria que esses tempos já não voltam, no entanto,  devemos considerar as expetativas em Angola, os empresários devem olhar para o futuro não apenas no curto prazo mas prevendo a perspectiva do longo prazo. Aqueles que conseguem ver além das incertezas imediatas e conseguem identificar os verdadeiros motores do crescimento futuro, são aqueles que estão mais bem preparados para o sucesso”.

O líder da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola acrescentou que os empresários que acreditam no potencial e no crescimento económico e na valorização da moeda angolana, “podem perceber que investir em Angola, neste período desafiante, pode resultar em custos mais baixos na oportunidade de crescimento futuro”.

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