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“Ensaios clínicos? Temos bons investigadores em Portugal mas falhamos na burocracia”, sublinha diretora da Roche

“Temos capital humano, temos bons investigadores mas falhamos na burocracia, na regulamentação. É preciso não esquecer que estamos a concorrer com outros países neste patamar”, explicou Cláudia Ricardo no evento dedicado à tecnologia na indústria farmacêutica.
23 Abril 2024, 12h43

Portugal está em bom plano ao nível da competitividade dos ensaios clínicos mas há muito a fazer para combater contrariedades como a burocracia. A ideia foi deixada esta terça-feira por Cláudia Ricardo, diretora de Market Access & External Affairs da Roche, na conferência “Special Report” dedicada à indústria farmacêutica.

Além desta responsável, o painel que debateu o tema “Inovação e Tecnologia no Negócio das Farmacêuticas” contou com a presença do recém-nomeado diretor-geral da GSK Portugal, o norte-americano Eric King e o diretor-geral da Bayer Portugal, Marcos Dietrich.

Desafiada sobre o que faria com orçamento ilimitado, Cláudia Ricardo destaca que investiria nos ensaios clínicos. “Somos a empresa que mais investe em ensaios clínicos: 30 milhões de euros a cada dois anos. Temos capital humano, temos bons investigadores mas falhamos na burocracia, na regulamentação. É preciso não esquecer que estamos a concorrer com outros países neste patamar”, explicou.

Sobre as novas tecnologias ao serviço da indústria farmacêutica, esta responsável destacou que “o digital e a Inteligência Artificial já têm uma grande preponderância no diagnóstico” e que “o algoritmo existe para ajudar em toda a cadeia, da prevenção ao tratamento”
“Há um enorme desperdício, estima-se que seja de 30%, na área da saúde, quer no processo quer nas formas de tratamento. Não há machine learning sem tratamento de dados, tem que haver uma discussão multidisciplinar e ao mais alto nível, não necessariamente liderada pelo SNS”, concluiu.

Que mudanças vamos ver nos próximos 30 anos no sector das farmacêuticas? Será que ainda vamos ter remédios como os conhecemos? Ou as empresas vão procurar outras soluções de cuidados de saúde, integrando outras disciplinas e produtos tecnológicos e dispositivos médicos? E qual será o papel da IA e da computação quântica nessa viagem de descoberta?

Estes e outros temas estiveram em debate no pequeno-almoço executivo “Indústria Farmacêutica” que o Jornal Económico organiza esta terça-feira, no hotel Intercontinental, em Lisboa.

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