O Banco Central Europeu (BCE) prolongou o programa de compra de ativos da zona euro para o último trimestre do ano, mas cortou o volume para metade do ritmo de aquisições que irá realizar até setembro. Apesar da diminuição dos estímulos, o mercado parece estar a focar o prolongamento do que na redução.
A reação inicial à reunião do Conselho de Governadores, esta quinta-feira em Riga, foi mista. Mas à medida que Mario Draghi avançava na conferência de imprensa, os juros das dívidas soberanas na zona euro alinharam a cair.
Às 14h15, a yield das Bunds alemãs a 10 anos recuam 3,5 pontos base para 0,447%, enquanto em França perdem 5,7 pontos para 0,758%, no mercado secundário de dívida.
A tendência é a mesma na periferia. Em Espanha, os juros da dívida pública a 10 anos cedem 4,3 pontos base para 1,368%, em Itália perdem 1,9 para 2,787% e em Portugal recuam 2 pontos base para 1,928%. A moeda única desvaloriza 0,89%, para 1,1686 dólares.
“A decisão de hoje é um verdadeiro compromisso de Salomão entre hawks e doves. Os hawks finalmente conseguiram o fim do QE [quantitative easing], enquanto as doves ainda têm a porta aberta para mais, se necessário. Muito bem feito”, escreveu Carsten Brzeski, economista-chefe do ING Alemanha, no Twitter.
O programa de estímulos monetários irá decorrer com a compra de 30 mil milhões de euros por mês em ativos da zona euro até setembro e que no último trimestre do ano irá continuar com um volume mensal de 15 mil milhões de euros. As compras líquidas deverão nessa altura acabar, seguindo-se uma política de reinvestimentos.
A instituição liderada por Draghi anunciou também que deixou os juros em mínimos históricos, em vigor desde março de 2016, tal como era de esperar.
A taxa de juro ditora continua em 0%, enquanto a taxa aplicável à facilidade de depósito também não sofreu alterações e permanece nos -0,40% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez fica em 0,25%.
[Notícia atualizada às 14h15]
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