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FC Porto apresentou o seu futuro em forma de academia

Resta saber se será algum dia construído. É que André Villas-Boas, candidato ao lugar de Pinto da Costa, vê o futuro de uma forma não exatamente coincidente.
  • Pinto Da Costa
27 Março 2024, 13h15

Fica no meio de fáceis acessibilidades – a A3, a CREP, a via férrea entre – num triângulo formado entre a Maia, Valongo e a Trofa, junto a um parque metropolitano com 360 hectares, delimitado entre uma zona de indústria a norte, área agrícola a oeste e floresta a sul. Será ali a nova academia do Futebol Clube do Porto. Ou não. É que a nova academia apresentada esta quarta-feira pela direção do FC Porto não é do agrado da candidatura ‘insurgente’ de André Villas-Boas, que apresentará publicamente a ‘sua’ academia no início do mês de abril.

Enquanto decorrem as normais polémicas e estardalhaços entre as duas candidaturas, o arquiteto Manuel Sangado – responsável pelo traço da academia de Jorge Nuno Pinto da Costa e também do Estádio do Dragão – apresentou a diversas valências que compõem o complexo, a instalar em 23 hectares de terreno: a Casa do Dragão e o centro de formação (com cerca de 70 quartos duplos), dez campos de futebol – um deles como um mini-estádio para 2.500 pessoas.

Fernando Gomes – administrador da SAD com o pelouro financeiro, que aproveitou o dia para se despedir da equipa a que se juntou há uma década – disse que “há anos que o FCPorto procura um projeto para servir a sua formação. Há mais de dois anos o FCPorto contactou a câmara da Maia, que acolheu a ideia com grande carinho”. “O projeto vem sendo trabalhado desde o início do atual mandato”, há quase quatro anos, defendendo-se assim das acusações de eleitoralismo.

Fernando Gomes também se defendeu a presença – que alguns consideram perniciosa – da construtora ABB, de Gaspar Borges. O administrador financeiro disse que a ABB é proprietária de nove dos 23 hectares, que comprou para o FCPorto, “poupando pelo menos 50%” do que os terrenos poderiam ter custado se os seus proprietários soubessem que por trás estaria a equipa. Uma ausência de informação que nenhum dos ex-proprietários por certo agradecerá – mas que permite que os nove hectares se juntem aos restantes 14, se e apenas quando o FCPorto licitar favoravelmente em hasta pública os terrenos que a autarquia da Maia vai levar avante.

A hasta pública acontecerá em meados de abril, disse Fernando Gomes. Sendo pública, a hasta há-de compreender outras licitações de outros interessados, mas Fernando Gomes disse que a venda está devidamente ‘armadilhada’: o terreno só serve os proprósitos daquela construção específica. O preço inicial é de 3,36 milhões de euros e como não é suposto haver mais licitações, será esse o valor que o FCPorto pagará por aquele ativo.

O Grupo conseguiu contrato para financiamento, a pagar em seis anos, não precisando assim de recorrer ao financiamento do próprio construtor. “Adjudicámos uma primeira empreitada, de terraplanagem, à ABB, por 6,89 milhões de euros”, revelou ainda Fernando Gomes.

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