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‘First date’: Trump e May reforçam “relação especial”

Soberania Nacional, apoio à NATO, e manutenção das sanções à Rússia: EUA e Reino Unido convergiram no encontro bilateral em Washington.
27 Janeiro 2017, 19h50

O tão aguardado primeiro encontro entre Donald Trump e Theresa May terminou e, de acordo com as declarações dos dois líderes, os EUA e o Reino Unido estão numa “relação especial”. A primeira-ministra britânica foi o primeiro líder a ser recebido pelo presidente americano, num momento em que as atenções mundiais se dividem entre as decisões de Trump e o rumo do Reino Unido no pós-Brexit.

O presidente norte-americano classificou o Brexit como “excelente” para o Reino Unido. “Há muito que dizia que não aceitava ser explorado como os europeus estavam a ser”, disse Trump.

“Penso que o Brexit vai ser fantástico para o vosso país, podem recuperar a vossa identidade para escolher quem querem no vosso país”, acrescentou o líder norte-americano, em referência à entrada de emigrantes.

Trump e May comungam de um objetivo: o reforço da soberania nacional. E este objetivo fá-los sublinhar o maior número de questões que os une, do que aquelas que os separa. “Aquilo que é importante é que as nossas economias vão funcionar para o cidadão comum”, disse o presidente dos EUA. Recorde-se que esta semana, o presidente americano já assinou o decreto para revogar a participação dos Estados Unidos no TTIP, e o Reino Unido anunciou que o abandono da União Europeia será através de “hard Brexit”.

Os EUA e o Reino Unido já tinham estabelecido conversas para a assinatura de um acordo comercial privilegiado entre os dois países, o que reafirmaram.

As possíveis diferenças entre os dois países ficam para segundo plano. “Discutimos várias questões e é possível que haja momentos que pudemos não concordar, mas as relações com os EUA são muito fortes.”, disse Theresa May.

A conferência de imprensa, após a reunião entre os dois líderes, começou com a primeira-ministra britânica a congratular o presidente americano. Anunciou, também, que tinha convidado Donald Trump, em nome da Rainha Isabel II, para visitar o Reino Unido e que o convite foi aceite, devendo acontecer este ano. “Acho que nos vamos dar muito bem”, previu May.

Questionado sobre a polémica com o homólogo mexicano, o presidente americano reiterou que “os EUA não podem continuar a perder tantas empresas e tanto comércio”. Esclareceu que falou hoje ao telefone com Piña Nieto e que “o telefonema foi muito positivo. Tenho muito respeito pelos mexicanos, gosto muito deles”, no entanto, que está “a representar o povo americano como ele deve ser representado e não como tem sido representado no passado”, acrescentou.

Ainda sobre as relações externas dos EUA, o presidente foi categórico: “queremos manter uma boa relação com a Rússia, China e outros países”.

“Se conseguirmos lutar contra a Rússia juntos contra o ISIS ia ser muito bom”, considerou. A necessidade da luta contra o terrorismo foi partilhada por May “Precisamos de redobrar os nossos esforços”. No entanto, sobre a Rússia, May mantém as sanções.

“Quando falamos da Rússia, é sensato tomar como exemplo o Presidente (norte-americano Ronald) Reagan, que, nas suas negociações com o seu [então] homólogo russo, Mikhail Gorbatchev, costumava seguir o ditado ‘confie, mas verifique’. Com o presidente Putin, o meu conselho é ‘cooperem, mas estejam alerta’”, disse a primeira-ministra numa reunião de parlamentares republicanos em Filadélfia, nos EUA.

A primeira-ministra britânica anunciou ainda o reforço do compromisso de ambos os países com a NATO, assumindo que o Reino Unido aceitou o papel de sensibilizar os homólogos europeus para a necessidade de uma redistribuição mais justa do financiamento da defesa comum da organização militar.

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