[weglot_switcher]

Goldman Sachs prevê que EDP corte 30% no investimento em renováveis

Preços baixos de energia e custos elevados de financiamento deverão levar a empresa a anunciar em maio novas metas para 2026, prevê o banco norte-americano. Plano atual de negócios prevê investimentos anuais acima de seis mil milhões de euros.
  • 1º EDP: A empresa liderada por Miguel Stilwell mantém a liderança das marcas valiosas, com um valor de mercado de 2,4 mil milhões de euros, apesar de ter desvalorizado 4%.
22 Abril 2024, 12h17

O Goldman Sachs (GS) prevê que a EDP venha a anunciar um corte de 30% no investimento (Capex) de energias renováveis, pressionada pelos custos mais de financiamento elevados e preços baixos de energia.

“Esperamos novas metas para 2026 e novo plano de capex. Dada a redução em curso nos preços da energia – e como prometido pela gestão durante os resultados do ano inteiro – esperamos que a EDP anuncie uma atualização estratégia, que deverá ter novas metas para 2026 para reflectir curtos de financiamento mais elevados e preços de energia mais baixos, esperamos que a empresa implemente um corte de cerca de 30% no capex bruto de energias renováveis”, começam por dizer os analistas do banco norte-americano numa nota divulgada esta segunda-feira.

A EDP apresenta os resultados do primeiro trimestre no dia 9 de maio. A cotada está hoje a cair 1,36% para 3,56 euros.

“Vemos isto como uma necessidade, para mudar o foco para valor em vez de volume, enquanto continua a entregar ativos renováveis”, acrescenta.

Os analistas destacam, contudo, que esta atualização pode implicar que não haja crescimento de ganhos subjacentes até 2027.

“Acreditamos que para criar valor para os acionistas da EDP, a companhia pode reduzir o capex ainda mais, mas complementar isto com uma pequena recompra em 2027. Isto pode permitir um pequeno crescimento do earnings-per-share enquanto aumenta o retorno para os acionistas, à medida que a EDP caminha para um ponto de inflexão, que vemos a acontecer em 2028”.

Olhando para os resultados do primeiro trimestre, o GS prevê que o EBITDA atinja os 1,32 mil milhões de euros, menos 100 milhões face a período homólogo: “esperamos que os preços mais baixos de energia e as margens de retalho sejam superiores à melhoria nas condições hídricas e a capacidade de crescimento. Esperamos um resultado líquido de 343 milhões de euros. Esperamos que a dívida líquida aumente ligeiramente face ao esperado (15,3 mil milhões de euros previstos para este ano. Tudo somado, acreditamos que estes números apoiam as nossas atuais previsões”.

O banco norte-americano prevê um preço-alvo de 4,40 euros nos próximos 12 meses, identificando vários riscos para a EDP: atrasos no plano de fomento económico norte-americano (IRA), adições de potência abaixo do esperado, preços de energia mais baixos do que o esperado, taxas de juros soberanas mais elevadas.

Segundo o plano de negócios da EDP 2023-2026, a companhia portuguesa espera investir 25 mil milhões de ueros durante este período: 21 mil milhões (85%) em energias renováveis e quatro mil milhões (15%) em redes de eletricidade, um investimento médio anual na casa dos 6,2 mil milhões de euros.

A companhia espera acrescentar 4,5 gigawatts de renováveis por ano, num total de 18 gigawatts até 2026 para atingir 33 gigawatts de renováveis até 2026, e para atingir 50 gigawatts até 2030.

 

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.