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Grupo DPD prevê crescimento de 5% nas vendas em Portugal em 2020 apesar do coronavírus e do ‘Brexit’

No ano passado, a DPD gerou um volume de negócios em Portugal na ordem dos 72,3 milhões de euros, o que representou um crescimento de 2,5% face ao ano precedente.
  • Cristina Bernardo
2 Março 2020, 17h08

O Grupo DPD, resultante da fusão, anunciada em setembro passado, entre a Chronopost e a Seur, prevê um crescimento de cerca de 5% nas vendas em Portugal durante o presente ano, o que deverá elevar a faturação para cerca de 76 milhões de euros.

“No nosso orçamento, temos previsto um crescimento de vendas de cerca de 5% para este ano. Por enquanto, mantém-se essa estimativa”, revelou Olivier Establet, CEO da DPD, na conferência de apresentação dos resultados de grupo referentes ao exercício de 2019, que decorreu num hotel da capital.

No ano passado, a DPD gerou um volume de negócios em Portugal na ordem dos 72,3 milhões de euros, o que representou um crescimento de 2,5% face ao ano precedente.

O crescimento nas encomendas entregues no nosso país foi da mesma ordem, atingindo os 20,7 milhões de encomendas entregues, cerca de 83 mil encomendas entregues por dia pela DPD.

No início de 2019, as perspetivas do grupo para Portugal eram de entregar um total de 22,5 milhões de encomendas. Olivier Establet explicou o diferencial com diferenças no modelo de negócio entre a Chronopost e a Seur, antes da fusão, uma vez que a Seur processava encomendas acima dos 30 quilos, uma prática que deixou de ser seguida.

Sobre a fusão, Olivier Establet garantiu que “está totalmente concretizada” e sublinhou que “foi realizada em menos de seis meses”.

No ano passado, a DPD utilizou em Portugal 600 circuitos de distribuição, recorrendo a 1.400 profissionais a ‘full time’ e dispondo de 650 lojas de ‘pick up’.

A nível global, o DPD Group está integrado no Grupo La Poste, que está organizado em quatro áreas de negócio, com um total de 26 mil milhões de euros de receita em 2019, reclamando ser o segundo maior operador postal na Europa e o terceiro maior no mundo.

Desses 26 mil milhões de euros de faturação, o DPD Group foi responsável por 30%, enquanto 47% foram originados pelo correio e encomendas normais. O La Bangue Postale gerou 21% das receitas ficando os restantes 2% a cargo dos serviços digitais.

Em 2019, o DPD Group angariou uma receita de 7,8 mil milhões de euros, uma subida de 6,7% face a 2018.

O grupo entregou 1,3 mil milhões de encomendas no ano passado, o que corresponde a cerca de 5,3 milhões de encomendas numa base diária.

“Sobre o coronavírus, o impacto na nossa atividade é o reflexo da atividade dos nossos clientes. Temos clientes que já os avisaram que vão ter dificuldades, cuja cadeia de abastecimento depende muito da China”, revelou Olivier Establet, na referida conferência de imprensa.

O CEO do Grupo DPD adiantou que a empresa de encomendas expresso criou a nível europeu uma equipa de coordenação para proceder à quantificação na atividade do grupo do impacto do coronavírus, a trabalhar em cenários de crises a quatro e 12 semanas, com atualizações semanais.

“Sendo claro que a situação em Itália já teve impacto imediato na actividade do grupo em Portugal. É normal que a actividade venha a diminuir em função da diminuição da actividade dos nossos clientes”, admitiu Olivier Establet.

No entender deste responsável, “não sabendo se o impacto ser vai prolongar”, é, no entanto, certo que “se houver uma quebra acentuada da actividade, alguns sectores vão sofrer mais, porque importam mais da China”, sem especificar quais.

O coronavírus não é a única dúvida sobre as perspectivas de atividade da DPD para 2020. O ‘Brexit’ também é uma variável repleta de dúvidas.

“É um pouco imprevisível o que vai acontecer. Em relação ao ‘Brexit’, vamos entrar numa fase de negociação difícil. O cenário do ‘hard Brexit’ continua de pé e nós preferimos estar preparados para o pior”, assumiu o CEO do Grupo DPD, realçando que o recente investimento na criação de um ‘hub’ em Eindhoven, Holanda, é uma formas de contornar estas potenciais dificuldades no relacionamento com o mercado do Reino Unido.

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