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Guiné-Bissau deita anualmente 409 toneladas de lixo plástico no mar

Em mensagem, assinada também pela representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no país, Alessandra Cassazza, por ocasião do Dia Mundial do Ambiente, hoje celebrado, o ministro do Ambiente guineense, Viriato Cassamá, que também tutela a pasta da Biodiversidade e Ação Climática, afirmou que a Guiné-Bissau produz sacos, garrafas e embalagens de alimentos em plástico “amplamente utilizados e deitados em lixeiras a céu aberto”. 
5 Junho 2025, 19h52

A Guiné-Bissau gera anualmente 409 toneladas de lixo plástico que acaba no mar mesmo com a lei que proíbe a produção e comercialização de sacos de plástico, segundo o Governo guineense e as Nações Unidas.

Em mensagem, assinada também pela representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no país, Alessandra Cassazza, por ocasião do Dia Mundial do Ambiente, hoje celebrado, o ministro do Ambiente guineense, Viriato Cassamá, que também tutela a pasta da Biodiversidade e Ação Climática, afirmou que a Guiné-Bissau produz sacos, garrafas e embalagens de alimentos em plástico “amplamente utilizados e deitados em lixeiras a céu aberto”.

Em 2013, o Governo guineense decretou a proibição de comercialização e distribuição de sacos plásticos feitos de polietileno, propileno e polipropileno, mas a medida não tem sido observada, defendem os ambientalistas.

“Os resíduos plásticos são uma preocupação crescente na Guiné-Bissau. O país gera cerca de 409 toneladas de poluição plástica marinha por ano, particularmente em centros urbanos como Bissau, onde a capacidade de gestão de resíduos sólidos é muito limitada”, declararam Viriato Cassamá e Alessandra Cassazza.

A cidade francesa de Nice acolhe entre os dias 09 a 13 de junho a terceira Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos (UNOC), que junta cerca de 100 países, entre os quais a Guiné-Bissau, que é representada por Viriato Cassamá.

Na mesma mensagem, os dois responsáveis assinalaram que, por ser barato, o saco plástico “é omnipresente” nas atividades dos guineenses, nomeadamente nas compras, mas as consequências ambientais “são significativas”.

Viriato Cassamá e Alessandra Cassazza destacaram que os sacos plásticos “são fabricados a partir de recursos não renováveis, como o petróleo”, para uma utilização única, mas que demoram cerca de 450 anos para se decomporem.

Devido à falta de um sistema de gestão e às chuvas, inundações e despejo direto, os sacos plásticos vão parar ao mar, observaram.

“Muitos destes plásticos vão parar aos rios, aos mangais e, por fim, ao Oceano Atlântico”, sublinhou o ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática guineense e a representante do PNUD na Guiné-Bissau.

A atividade piscatória e a navegação também são outras fontes de poluição marinha por plástico, notaram.

Numa outra comunicação individual, através de um vídeo enviado à Lusa, Viriato Cassamá considerou que, “embora o país não seja produtor de sacos plásticos”, a luta contra aqueles materiais “constitui prioridade nacional” pelos danos que provocam ao ambiente, pesca, à saúde da população e à vida das comunidades piscatórias ribeirinhas.

Viriato Cassamá destacou ser fundamental “aumentar a consciência nacional dos males de resíduos em plástico” e enalteceu uma campanha lançada pelo seu ministério, em colaboração com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o PNUD e a Rede Juvenil de Ação Climática, em dezembro de 2024, para “uma ampla sensibilização” sobre o uso do saco plástico.

A iniciativa consistiu em sensibilização porta-a-porta, distribuição de materiais informativos e num vídeo com uma mensagem satírica sobre os “perigos” que o saco plástico representa para o ambiente.

No vídeo, produzido pelo Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), a circular nas redes sociais de guineenses, a humorista Djanira Camará “critica” um homem que, dentro de um carro, deita no passeio um saco plástico após beber a água que estava no recipiente.

O vídeo termina com o homem a reconhecer o seu erro e a prometer “nunca mais” atirar saco plástico para o chão.

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