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Henrique Salinas: “Tem de haver sempre algum segredo de justiça”

O sócio da CCA Ontier afirma que os jornalistas não se devem deixar instrumentalizar. O auditório da FNAC do Chiado, em Lisboa, recebe esta segunda-feira, 4 de junho, a segunda conferência do ciclo “Conversas no Chiado”, promovida pelo Jornal Económico, com o apoio da FNAC.
4 Junho 2018, 19h35

Henrique Salinas, responsável pelo Departamento de Penal da CCA Ontier, disse esta segunda-feira que compreende “a tentação irresistível” que têm os jornalistas de divulgar informações de processos judiciais mas frisou que “tem de haver sempre algum segredo de justiça”.

Em declarações num debate sobre investigação jornalística a casos de corrupção, que decorre esta tarde no auditório da FNAC do Chiado, o sócio do escritório lembrou que “não se deve confundir” o trabalho das duas partes e que os jornalistas “devem e têm o direito de fazer” a sua investigação própria.

A seu ver, os profissionais da comunicação social “não devem ser utilizados como instrumentos do Ministério Público” para fazer valer ideias pré-concebidas na opinião pública. “Nem os jornalistas se devem deixar instrumentalizar”. No entanto, Henrique Salinas adiantou que ainda não se chegou, em Portugal, ao cenário que acontece na América Latina em relação a este assunto.

“O jornalismo segue finalidades próprias que não têm de ser as da justiça, e vice-versa. O jornalismo de investigação tem o seu caminho próprio (…). Quando o acesso é feito através de informações que estão em segredo de justiça temos de colocar a questão”, disse o advogado. O especialista em Direito Penal da CCA Ontier salientou ainda: “Eu compreendo a posição do jornalista mas, de acordo com a lei, esta pode ter as suas consequências e alguns riscos. É uma escolha que tem de ser feita”.

O auditório da FNAC do Chiado, em Lisboa, recebe hoje a segunda conferência do ciclo “Conversas no Chiado”, promovida pelo Jornal Económico, com o apoio da FNAC. Participam no encontro ainda os jornalistas Luís Rosa (redator principal do “Observador”) e Eduardo Dâmaso (diretor da “Sábado”) e Rui Patrício (sócio da Morais Leitão, Galvão Telles, Soares da Silva).

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