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Investigadores testam óleos que poderão vir a prevenir microalgas em monumentos

Michal Komar, estudante polaco a fazer Erasmus na Universidade de Coimbra, e equipa querem desenvolver metodologias para prevenir o crescimento e eliminar organismos de bio deterioração em fachadas, usando substâncias ecologicamente seguras.
28 Março 2024, 13h08

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra em colaboração com Michal Komar, estudante da Lodz University of Technology, está a testar os efeitos da aplicação de óleos essenciais para prevenir e eliminar o crescimento de microalgas terrestres, frequentemente, encontradas em fachadas de edifícios e monumentos.

Michal Komar, que faz atualmente Erasmus no Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia já testou sete substâncias diferentes, nomeadamente cinco óleos essenciais e dois compostos ativos puros contra biofilme verde, principalmente constituído por microalgas terrestres.

A investigação, explica Komar, pretende desenvolver metodologias que possam ser aplicadas para prevenir o crescimento e eliminar organismos de bio deterioração em fachadas monumentais, utilizando substâncias ecologicamente seguras”. Nesse sentido, revela, foram realizados vários testes com diferentes óleos essenciais, em placas de cultura e em amostras de materiais como tijolos vermelhos, constituídos por argila, carbonato de cálcio e areia.

“Os biofilmes formados e tratados serão submetidos à análise do seu perfil sapo, para avaliar as diferentes respostas a esses fatores de stress, em termos de presença e abundância de compostos orgânicos”, adianta Michal Komar.

Nuno Mesquita, investigador do Departamento de Ciências da Vida, orientador do estudante polaco na sua estadia em Coimbra, considera que as microalgas terrestres, além de provocarem danos estéticos e até estruturais nos monumentos, devido ao crescimento por vezes endolítico, podem ainda servir de suporte e alimento para outros organismos, como por exemplo os microfungos.

“A criação de biofilmes – explica – promove o estabelecimento de diversas comunidades de outros organismos, como microfungos, que posteriormente danificam os edifícios de forma grave, causando danos físicos e até químicos. As algas são colonizadores primários, o que significa que se prevenirmos o seu crescimento ou as eliminarmos, conseguimos prevenir colonizações subsequentes e assim evitar a deterioração dos monumentos/edifícios”.

Michal Komar e Nuno Mesquita consideram que os resultados obtidos “são promissores” e “surpreendentes”.Curiosamente, nem todos os óleos utilizados que impedem o crescimento das algas são os mesmo que permitem a sua eliminação. O próximo passo é repetir estes testes diretamente em diferentes tipos de pedra”, concluem.

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