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Investimento em imobiliário comercial atingiu os três mil milhões em 2022 (com áudio)

Os dados foram apresentados pela consultora Cushman & Wakefield e representam um aumento de 39% face ao ano anterior.
3 Janeiro 2023, 13h37

O volume de investimento em imobiliário comercial alcançou os três mil milhões de euros em 2023, o que significou um aumento de 39% em comparação com o ano anterior.

Os dados sobre o sector foram apresentados pela consultora imobiliária, Cushman & Wakefield, em conferência de imprensa realizada esta segunda-feira, dia 3 de janeiro.

O capital estrangeiro representou 76% do investimento realizado, sendo que por segmentos, a hotelaria foi quem teve maior predominância, ao observar 30% do investimento feito.

Em ano de recorde, os escritórios tiveram um impacto de 27% (700 milhões de euros) nos 2,8 mil milhões investidos, com as principais transações neste segmento a corresponderem à aquisição pela Sonae Sierra e Bankinter do edifício Atrium Saldanha, ao Grupo Fibeira, por 205 milhões, a aquisição pelo Grupo Castel à Explorer de um portfolio de três edifícios de escritórios localizados em Lisboa por um valor entre os 110 e 120 milhões de euros e a aquisição pela Merlin Properties da antiga sede do Novo Banco, na Avenida da Liberdade, por 112 milhões de euros.

No volume de investimento total já estão contabilizados os cerca de 850 milhões de euros da operação do projeto ‘Crow’.

Seguiu-se o segmento industrial e logística (21%, com 605 milhões de euros de investimento, menos dez vezes do que em 2021), os alternativos (12%), essencialmente representados pela transação de um portfólio de residências de estudantes da Smart Studios, vendido à Round Hill Capital por 200 milhões de euros e o retalho (9%).

A consultora estima que para a reabilitação urbana tenha sido registado um investimento a rondar os 460 milhões de euros, o que representou uma quebra de 7% em comparação com o ano de 2021.

Para 2023, Eric van Leuven, Executive Partner da Cushman & Wakefield em Portugal, prevê que no primeiro semestre a postura dos investidores seja de “wait to see”, sendo que o mercado do retalho é o sector que pode gerar uma maior incerteza, antevendo também uma revisão em alta das rendas.

Em termos de pipeline no mercado para este ano, o responsável aponta que a consultora tem um investimento de dois mil milhões de euros, sendo que “é possível que alguns dos projetos não cheguem a concretizar-se e que outros surjam entretanto.

“Portugal está com um bom astral no radar dos investidores. Vemos 2023 com alguma pressão, face aos últimos meses de 2022, mas que também nos dão alento para que 2023 seja mais ativo do que aquilo que se possa recear. Vejo um panorama misto e não negativo, que poderá resultar num otimismo cauteloso”, referiu.

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