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Investimento em imobiliário comercial ficará abaixo da média nacional dos últimos cinco anos, aponta estudo

Para 2023, o mercado já conta com 2.700 milhões de euros de transações em várias fases de negociação. Hotelaria, escritórios e retalho vão ser os principais segmentos de atração por parte dos investidores.
2 Março 2023, 16h30

O aumento das taxas de juro e as dificuldades em obter financiamento são as principais razões que deverão levar a que o investimento em imobiliário comercial registe em 2023 um valor abaixo da média nacional verificada nos últimos cinco anos, de acordo com o relatório semestral ‘Markbeat Primavera 2023’, divulgado pela consultora Cushman & Wakefield esta quinta-feira, 2 de março.

Para 2023, o mercado já conta com 2.700 milhões de euros de transações em várias fases de negociação, ao qual se poderá adicionar mais 1.300 milhões de euros em negócios que estão atualmente suspensos. Hotelaria, escritórios e retalho vão ser os principais segmentos de atração por parte dos investidores, com este último a recolher 21% da procura, por influência da aquisição de superfícies alimentares.

Para o segmento de escritórios, a consultora acredita que se irá verificar-se uma estabilização dos valores de arrendamento em todas as zonas, bem como um aumento da disponibilidade, devido a um “ligeiro incremento da taxa de desocupação, fruto do início de construção e conclusão de alguns imóveis com dimensão e, também, de alguma área libertada para subarrendamento por parte de alguns dos maiores ocupantes do sector tecnológico, que atravessam uma fase de redução de ocupação, após três anos de acentuada expansão”.

Já na hotelaria vai registar-se uma continuidade do aumento de produto, com perto de 130 projetos com abertura prevista até 2025, o que irá representar 11.300 quartos, maioritariamente, em hotéis de 4 e 5 estrelas (30% e 33% respetivamente), localizados sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

O segmento de logística vai observar uma ocupação de espaços por parte do comércio online, devido ao aumento desta tipologia de compra, que faz com que “exista uma maior procura por imóveis logísticos, o que, por sua vez, aumenta a escassez de oferta e os valores de arrendamento destes ativos”

No mercado residencial para venda, a consultora salienta que a falta de medidas para a promoção da construção nova vai fazer com que o mercado continue “a funcionar de forma desequilibrada, alimentando a subida dos preços enquanto a subida das taxas de juro e a dificuldade das famílias se financiarem contribuirão para a contínua aposta dos promotores nos segmentos altos”.

Já no segmento de arrendamento, as recentes medidas apresentadas pelo Governo vão, de acordo com a consultora agravar a falta de “confiança dos promotores, investidores e senhorios no quadro legal e nas políticas fiscais que regem o arrendamento urbano em Portugal”.

Eric van Leuven, Diretor Geral da Cushman & Wakefield em Portugal, considera que “em 2023, o cenário económico que se vive na Europa, a que o mercado português não será imune, irá fazer com que a atividade esteja mais contida. Por outro lado, impulsionado pelo excelente desempenho do turismo, o sector hoteleiro irá continuar em expansão, bem como a área de escritórios e, o retalho também será uma das áreas com maior investimento em 2023, com os retalhistas a criarem conceitos e experiências inovadores e centralizados na satisfação do consumidor”.

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