IVA Zero “não significa que preços baixem”, diz APED

Uma nova análise ao cabaz de produtos essenciais mostra um aumento em alguns produtos incluídos neste grupo, mas o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) evidencia que o mercado mantém o seu funcionamento regular, o que explica estes aumentos.

“Por o IVA baixar não significa que os preços baixem. O mercado continua a funcionar”, garante Gonçalo Lobo Xavier, presidente da APED, à “SIC Notícias”.

As declarações do líder da APED chegam depois dos consumidores nacionais recorrerem ao Portal da Queixa para registar “irregularidades das lojas face ao preço praticado sem IVA” e à perceção existente em relação à descida de preços. Trata-se de mais de duas centenas de reclamações no espaço de um mês.

O pão e a carne foram os produtos que somaram mais queixas neste período temporal, enquanto as pastelarias, cafetarias e hipermercados verificaram o maior número de reclamações.

De facto, uma nova análise da Deco apoia as declarações de Gonçalo Lobo Xavier. Com o mercado em permanente funcionamento, oito produtos dos 46 presentes no cabaz verificaram aumentos, enquanto os restantes diminuíram ou viram os preços estabilizarem no primeiro mês de entrada em vigor do IVA Zero.

À mesma publicação, o presidente da APED afirma que a produção e indústria alimentar continuam a sentir uma “pressão enorme”, que tem sido agravada pela falta de apoios já prometidos pelo Governo, o que os leva a aumentar os preços.

Gonçalo Lobo Xavier indica que, apesar do aumento de alguns preços nos produtos inseridos no cabaz, as empresas estão apenas a cumprir um acordo traçado entre o Governo, hipermercados e distribuidores, sendo que os resultados das mesmas não estão a ser impactados.