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João Salgueiro: Um percurso ligado à economia e à banca

O economista e ex-ministro das Finanças João Salgueiro, que morreu na sexta-feira aos 88 anos, iniciou a sua vida profissional no Banco de Fomento Nacional e manteve sempre um percurso ligado à banca.
  • Mário Cruz/Lusa
18 Fevereiro 2023, 10h36

O economista e ex-ministro das Finanças João Salgueiro, que morreu na sexta-feira aos 88 anos, iniciou a sua vida profissional no Banco de Fomento Nacional e manteve sempre um percurso ligado à banca.

João Maurício Fernandes Salgueiro nasceu em Braga a 04 de setembro de 1934 e licenciou-se em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de Lisboa.

Presidiu à Juventude Católica Portuguesa e participou na fundação da Sedes em 1970, tendo sido presidente da Assembleia Geral desta associação cívica.

Em 1969 foi nomeado subsecretário de Estado do Planeamento no Governo liderado por Marcello Caetano e ocupou o cargo até 1971.

Após a revolução do 25 de Abril aderiu ao PSD e entre agosto de 1974 e março de 1975 foi vice-governador do Banco de Portugal.

No VIII Governo Constitucional (1981-1983), uma coligação que englobava o PSD, o CDS e o PPM, liderada por Pinto Balsemão, João Salgueiro ocupou o cargo de ministro de Estado e das Finanças. Depois exerceu ainda funções de deputado e foi presidente da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia da República.

No XII congresso do PSD, realizado em maio de 1985 na Figueira da Foz, foi candidato à liderança do partido, mas viria a surgir um outro candidato que saiu vencedor, Aníbal Cavaco Silva.

João Salgueiro exerceu funções docentes ligadas à economia e à gestão bancária e ocupou diversos cargos na banca, tendo sido Presidente do Conselho de Administração do Banco Nacional Ultramarino e da Caixa Geral de Depósitos, de onde saiu em 2000, justificando que não estavam asseguradas “as orientações estratégicas” que o tinham levado a aceitar o cargo quatro anos antes.

Nesse ano, assumiu a presidência da Associação Portuguesa de Bancos, após alterações aos estatutos que permitiram que o líder não fosse um banqueiro, e foi ainda vice-presidente do Conselho Económico e Social.

Em 2021, foi condecorado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

A perda de um “humanista” e “democrata”

A morte de João Salgueiro foi revelada pela Presidência da República às primeiras horas deste sábado, lamentando a perda de “um dos seus mais brilhantes economistas da segunda metade do século XX”.

“O Presidente da República evoca e agradece o seu constante e sempre prospetivo contributo cívico, assinalado com a Grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique, que lhe atribuiu em 2021, e apresenta os seus sentidos sentimentos à sua Família”, pode ler-se no comunicado.

Também a SEDES, fundada por João Salgueiro, lamentou o seu falecimento. “A SEDES está de luto com a morte de um dos seus fundadores e a sua alma. Humanista e democrata, João Salgueiro era um Patriota sempre ao serviço, tinha um sentido de missão único e uma visão de futuro, por um país mais justo e equitativo”, de acordo com um comunicado divulgado este sábado.

Um privilégio ter sido seu amigo” refere Álvaro Beleza Presidente do Conselho Coordenador da SEDES.

Notícia atualizada às 11:00

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