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Limite de passageiros continua a não ser aplicado nos transportes públicos, denuncia PEV

“Lê-se o relatório e parece que estamos a falar de outro país”, sustentou a deputada dos “Verdes”. “Em estado de emergência opta-se por reduzir novamente os horários dos transportes que continuam sobrelotados”.
4 Dezembro 2020, 16h11

No debate da renovação do estado de emergência entre 9 e 23 de dezembro, Mariana Silva em representação do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), admitiu que apesar de estar estabelecido um limite de pessoas em locais fechado, a regra não é aplicada aos transportes públicos que continuam cheios.

“Saudamos os portugueses pelo cumprimento das medidas de segurança, e que mesmo depois de um verão mais calmo no que ao número de infeções diz respeito, souberam fazer o que lhes era pedido”, referiu Mariana Silva no início do seu discurso.

Relativamente ao relatório apresentado pelo Governo na Assembleia da República sobre a renovação do estado de emergência, a deputada do PEV aponta que “este relatório fala-nos de normalidade como se normalidade houvesse” nos tempos atuais.

“Nem todos os trabalhos podem ser feitos a partir do teletrabalho e, por isso, são muitos os que precisam de se deslocar para os seus locais de trabalho e para as escolas em transportes públicos”, disse Mariana Silva. “Contudo, continuamos a assistir a promessas. Apesar de estar estabelecido um limite de pessoas em locais fechados, para os mais diversos espaços, continuamos a não ser ser aplicada a mesma regra aos transportes públicos”, que continuam a circular com mais da capacidade indicada de um terço.

“Os Verdes têm deixado claro desde o início destes tempos difíceis para o país que não é este [renovação do estado de emergência] o instrumento necessário para travar a propagação do vírus”, indicou, apontando a necessidade de outro tipo de medidas de restrição.

“Dissemos no passado e dizemos hoje que enquanto os portugueses continuarem a olhar com todo o sentido de responsabilidade para as recomendações das autoridades públicas, o Governo continua a dispor, dentro do quadro legal normal, de todas as condições para que nada falte neste combate”.

“Lê-se o relatório e parece que estamos a falar de outro país”, sustentou a deputada. “Em estado de emergência opta-se por reduzir novamente os horários dos transportes que continuam sobrelotados”.

“Os profissionais do SNS que deram tudo, mais uma vez, quanto podiam para minimizar os efeitos do surto epidémico que enfrentamos. Continua a ser usada a figura do estado de emergência, ao fim de quase um ano e as mudanças necessárias continuam a ser aplicadas a conta gotas”, sublinhou.

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