Os lucros da Mapfre caíram 3,6% para 470,6 milhões de euros até setembro em relação ao mesmo período do ano passado, números que a seguradora justifica com o forte impacto da deterioração da atividade nos Estados Unidos.
No que diz respeito às receitas, a seguradora espanhola registou um crescimento de 10,8% face ao acumulado de janeiro a setembro do ano passado, atingindo 24.595,8 milhões de euros, segundo o “el Economista”.
Os prémios subiram 10,9%, sem impacto relevante das taxas de câmbio (a taxas constantes, os prémios aumentaram 12%).
Segundo o jornal espanhol, o crescimento reflete uma melhoria geral do negócio, com aumentos de 8,7% nos ramos Não Vida e 20% em Vida. Os negócios da Iberia, da Latam e Reaseguro contribuíram positivamente para os resultados da empresa.
O rácio combinado Não Vida caiu 1,7 p.p. para 96,8%, inteiramente atribuível à diminuição do rácio de sinistralidade, enquanto o rácio combinado dos ramos Vida e Não Vida aumentou meio ponto percentual para 82,8%.
Reestruturação e renovação da direção
A Mapfre aproveitou a apresentação de resultados para anunciar uma profunda revisão da sua estrutura e a uma renovação das equipas de direção, que justifica com a necessidade de adaptação ao ambiente complexo existente, marcado por uma incerteza económica, social e geoestratégica.
“A empresa, cujo modelo de negócio se tem revelado eficaz, trimestre após trimestre, apesar da conjuntura, pretende proteger as suas posições de liderança na maioria dos mercados, adaptando antecipadamente a sua estratégia à atual situação mundial, mais instável e menos previsível, que exige estruturas mais simples e flexíveis, que coloquem o negócio em primeiro plano, a fim de continuar a reforçar a sua proximidade dos clientes e a excelência do serviço”, justifica a empresa numa nota publicada na página oficial.
De acordo com a Mapfre, “a renovação da equipa de gestão baseia-se numa combinação adequada de maturidade, experiência e jovens talentos, de modo a poder utilizar melhor todas as capacidades de gestão e tirar partido das inúmeras oportunidades que se apresentam”.
Antonio Huertas, presidente e CEO da Mapfre, sublinha que “o ambiente mudou” e que a empresa vai “avançar com um novo roteiro, mais simples, que nos dê a flexibilidade e a capacidade de que precisa para continuar a ocupar posições de liderança nos principais mercados do grupo”.
“Estamos a lançar as bases da empresa para os próximos dez anos. Tudo o que conseguimos até agora, especialmente a solidez financeira, a excelência no serviço e a proximidade com o cliente, a aposta nas pessoas e o reforço do nosso compromisso ético e dos nossos valores, manter-se-ão como elementos essenciais e diferenciadores”, explicou.
O antigo primeiro vice-presidente, Ignacio Baeza, sai para reforma, a quem sucede José Manuel Inchausti, atual CEO da Mapfre Iberia e terceiro vice-presidente.
Fernando Mata, mantém-se como CFO do grupo e membro do Conselho de Administração, passando, porém, a assumir as funções de terceiro vice-presidente. Por sua vez, José Luis Jiménez, atual diretor de investimentos do grupo, vai integrar a Área Financeira como diretor financeiro adjunto, mantendo-se como o executivo mais alto responsável pela gestão global de investimentos.
Raúl Costilla, atual CEO da Mapfre Vida, “com uma vasta experiência no negócio segurador, tanto em Espanha como no estrangeiro”, passa a ser group chief business officer, a área corporativa responsável pela estratégia comercial e técnica do grupo globalmente.
No início do ano, a companhia de seguros adquiriu 26% da sociedade francesa de gestão de ativos, especializada em fundos indexados aos critérios ESG (Environmental, social, and corporate governance). Somando aos 25% que já detinha, a leva a assumir o controlo da gestora de ativos francesa, embora não tenham sido divulgados detalhes da operação divulgado.
Mapfre assume o controle da francesa LFR com a compra de 26%
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