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Mais de metade das PME assumem não ter interesse em exportar

Terceira edição do Barómetro PME Magazine indica ainda que perto de 80% das empresas não se sente pressionada sobre as emergências climáticas e mais de 86% não utiliza, nem sente necessidade de usar ferramentas de gestão de risco.
29 Março 2023, 16h09

As pequenas e médias empresas portuguesas (PME) estão a sentir-se limitadas ao nível do crescimento, o que as impede de serem competitivas entre si, mas também saírem para o mercado internacional.

Um dos dados mais relevantes da terceira edição do Barómetro PME realizado em fevereiro indica que 60% das PME assumem não ter interesse em exportar, sendo que perto de 80% não se sente pressionada sobre as emergências climáticas e mais de 86% não utiliza, nem sente necessidade de usar ferramentas de gestão de risco.

Por outro lado, 71,8% das empresas referem não ter feito qualquer investimento em transformação digital durante o último ano.

Entre as limitações que mais estão a impedir as PME estão ou poucos recursos e a ausência de escala para se internacionalizarem.

“Os decisores das PME têm de compreender que só com mais conhecimento e formação sobre os desafios à exportação, como a logística internacional, regulação ou barreiras comerciais, e apenas com uma atitude colaborativa, juntando-se a outras organizações e ganhar escala, é que será possível crescer de forma sustentável. O receio em perder controlo pode ser reduzido e os benefícios para as empresas é exponencialmente superior à tradicional estratégia de sobrevivência focada apenas no território nacional”, explica Pedro Brito, associate dean da Nova Executive Education.

Um outro ponto centra-se na sustentabilidade, algo que parece não ter impacto nos negócios das PME de forma direta.

“A Diretiva Europeia de Relato Não Financeiro (2014/95/EU) exige que empresas com mais de 250 funcionários relatem informações sobre o seu desempenho em áreas como meio ambiente, direitos humanos, questões sociais, diversidade e combate à corrupção. As PME que trabalhem para estas empresas de grande dimensão como fornecedores ou subcontratados vão estar muito expostas na medida que estas empresas vão exigir às PME práticas de sustentabilidade similares”, refere Pedro Brito.

O responsável assume ainda que “o acesso das PME a educação de qualidade é fator crítico para a competitividade das empresas e do nosso país”.

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