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Mariana Mortágua é a nova líder do Bloco de Esquerda

Mariana Mortágua sucede este domingo a Catarina Martins na coordenação do BE, ao ser eleita na Convenção Nacional. A lista de continuidade que apresentou arrecadou 67 dos 80 lugares à mesa.
28 Maio 2023, 13h02

A lista encabeçada por Mariana Mortágua à liderança do Bloco de Esquerda (BE) somou este domingo 67 dos 80 lugares disponíveis, na votação que decorreu na Convenção Nacional do partido, em Lisboa. O adversário, Pedro Soares, recolheu apenas 13. A deputada do partido sucede assim a Catarina Martins, que coordenou o BE nos últimos dez anos.

O resultado ofusca mesmo o da antecessora, que na sua recondução, na última convenção, conseguiu 54 dos 80 lugares da Mesa Nacional. Sem grandes surpresas, a lista de Mariana Mortágua totalizou 439 votos dos miliantes, enquanto que Pedro Soares conseguiu 78.

As duas moções de coordenação foram votadas de credencial no ar. Onze pessoas abstiveram-se.

Como a contagem dos votos demorou alguns minutos, o dirigente e eurodeputado José Gusmão, que estava a conduzir os trabalhos, foi dando palavras de incentivo para que os delegados mantivessem a credencial no ar e pediu “vigor”.

“Precisamos de tonificar o BE para os debates que se avizinham”, afirmou.

Na anterior convenção, em 2021, na qual os delegados foram reduzidos para metade devido à pandemia de covid-19, a moção de Catarina Martins obteve 210 votos, num total de 305 votantes. Nesse ano estavam em disputa cinco moções de orientação política.

Com o mote “levar o país a sério”, a XIII Convenção Nacional do BE, que vai escolher a nova liderança do partido, termina hoje, em Lisboa. Esta reunião magna, na qual participaram 654 delegados eleitos, marca o fim da era de Catarina Martins à frente dos destinos do BE.

Nessa convenção eram quatro as listas que estavam a votos e os restantes lugares da Mesa Nacional foram distribuídos da seguinte forma: a moção C com quatro lugares e a N com cinco.

Adversários que “ainda não viram nada”

A nova líder do BE avisou “os adversários” do partido que “ainda não viram nada” e apontou que o Bloco “é e sempre será o lugar das causas e das convicções”.

“Aos nossos adversários, para quem a esquerda é sempre um projeto condenado, já nos conhecem mas ainda não viram nada da força que vamos saber criar, reinventar, construir, unir”, afirmou a nova líder, eleita hoje na XIII Convenção Nacional do BE, em Lisboa.

No seu discurso de consagração, logo após o anúncio dos resultados, Mariana Mortágua garantiu também que as mais de duas décadas de história do partido, as 13 convenções até agora, “esta sala cheia, são só o começo do BE”.

A líder eleita, que sucede a Catarina Martins, considerou que atualmente se assiste “à degradação da vida pública” e que “é precisamente quando a vida pública se degrada que é mais preciso mostrar que no BE a política é e sempre será o lugar das causas e das convicções”.

“Não deixamos a política entregue ao calculismo nem a esse pântano em que verdade e mentira se confundem. A nossa política é uma paixão maior do que qualquer circunstância, é uma forma de impaciência, é uma vontade que ninguém pode domar”, salientou.

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