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Mário Centeno: “Acordo tem contornos que seriam impensáveis há umas semanas”

O Eurogrupo já chegou a um acordo para dar uma resposta económica ao surto do coronavírus, num pacote de apoio que chega aos 500 mil milhões de euros. Mário Centeno realçou em conferência de imprensa que resposta é muito diferente do que a resposta dada na última crise.
  • Cristina Bernardo
9 Abril 2020, 21h54

O ministro das Finanças português mostrou-se muito satisfeito com o acordo obtido esta quinta-feira no Eurogrupo e admitiu que este entendimento hoje atingido entre os ministros das Finanças europeus “tem contornos que seriam impensáveis há umas semanas”.

“Desta vez foi tudo diferente.Vimos um esforço coordenado e impressionante por parte das autoridades financeiras, monetárias e dos reguladores. Agora estamos a construir soluções europeias em tempo recorde. Só conseguiremos atravessar esta crise em conjunto com os europeus”, afirmou Mário Centeno.

O líder do Eurogrupo salientou que “as respostas dos nossos países foram diferentes a nível nacional e não estamos todos ao mesmo nível, apesar de toda a flexibilidade que foi introduzida”, frisando por isso que “a solidariedade é fundamental se queremos impedir a fragmentação da zona euro”.

Mário Centeno revelou que estão a ser preparadas três redes de segurança: uma para os trabalhadores, uma para as empresas e outra para os países.

Sobre os trabalhadores, o presidente do Eurogrupo recordou que “foram criados 13 mil postos de trabalho desde a última crise”, muitos dos quais “foram destruídos nas últimas semanas”. “Conseguimos canalizar cerca de 100 mil milhões de euros para os países e assim fortalecer as medidas que já existem”, realçou.

No que diz respeito às empresas, o Ministro das Finanças português explicou que os 27 países da União Europeia (UE) têm “estado a desenvolver sistemas nacionais para dar às empresas a liquidez que precisam para atravessarem este período difícil”, acrescentando que “a nível europeu as regras de apoio aos Estados foram ajustadas, mas alguns mecanismos nacionais são mais avançados do que outros e têm poderes financeiros a apoiá-los muito maiores” e como tal o “nosso mercado único precisa de regras de jogos idênticas”.

Já sobre a rede de segurança para os Estados-membros, Mário Centeno revelou que “hoje acordamos em criar um apoio para a crise pandémica no montante de 2% do PIB de cada um dos países, isto é cerca de 240 mil milhões de euros. É uma salvaguarda importante de todos os países da zona euro”.

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