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Montenegro: TAP e medidas nas pensões são sinal da “deterioração” do cenário político

O líder social-democrata discursou esta quinta-feira em Lisboa onde voltou a destacar os problemas na saúde, na educação, habitação, justiça e transportes, considerando que país vive “duas realidades: a transmitida sobre forma de comunicação política […] e a vivida pelas pessoas que empresas”.
Cristina Bernardo
27 Abril 2023, 16h45

O presidente do PSD considera que o caso da TAP e as medidas recentes no lado das pensões mostram a “deterioração” da democracia portuguesa e, sobretudo, da governação socialista. Para Luís Montenegro, a realidade vivida pelas pessoas não corresponde à pintada pelo Governo, que acusa de “comunicação política”.

O líder social-democrata discursou no final de um almoço promovido pelo Fórum para a Competitividade esta quinta-feira em Lisboa, no qual voltou a atacar as opções políticas do Governo, sobretudo na vertente económica.

Montenegro considera que “o país e as famílias estão mais pobres”, uma realidade que se agrava com os problemas na saúde, na educação, habitação, justiça e transportes. Estas, continua, traduzem-se numa realidade mais complicada do que a que o Governo tenta promover e que arrisca deixar o país ainda mais para a cauda da Europa.

“Este é um país onde há duas realidades: a transmitida sobre forma de comunicação política […] e a vivida pelas pessoas que empresas”, resumiu. Um exemplo que “resume tudo” é a TAP, prosseguiu.

“As decisões têm consequências. Esta teve consequências e as tomadas na habitação, saúde, transportes públicos têm consequências”, afirmou.

O líder do PSD criticou a opção de atribuir o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) sobretudo ao sector público, argumentando que estes fundos servem apenas para repor “o investimento público que não foi feito na última década”. Mais, a burocracia existente dificulta não só o acesso a estes fundos, como também a outros apoios desenhados pelo Governo, considerando que, “com as mesmas regras [europeias], os outros países conseguem ser mais ágeis e eficientes”.

Esta falta de agilidade levará países “que entraram 20 e 25 anos depois de nós” a ultrapassar-nos e deixar de necessitar de fundos de coesão e ajuda, argumentou o antigo líder parlamentar social-democrata. Aí, esses Estados-membros “não vão estar disponíveis para nos dar ajudas”, prevê.

“O desígnio de Portugal não pode ser elegível para ajudas”, projetou Montenegro.

Por outro lado, a questão das pensões mostra a “falta de consistência política e de visão estruturante”, com Montenegro a lembrar que o PSD havia já avisado para esta situação logo aquando do anúncio do Governo de que não seria possível aplicar a fórmula prevista na lei de atualização das pensões e reformas do Estado.

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