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“Não faço a menor ideia porque Eduardo Jesus saiu do Governo da Madeira”, diz CEO do Grupo Sousa

O CEO do Grupo Sousa diz que a pergunta deve ser feita ao presidente do Governo da Madeira, e acrescentou que nunca exerceu pressões sobre seja quem for como alegou Sérgio Marques.
28 Fevereiro 2023, 16h13

O CEO do Grupo Sousa, Luís Miguel de Sousa, disse que não faz a menor ideia porque Eduardo Jesus, na altura secretário regional do Turismo, com tutela dos portos, saiu do Governo Regional, durante a audição parlamentar que decorreu na Assembleia da Madeira.

“É preciso perguntar isso ao presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque”, referiu Luís Miguel de Sousa.

“Nunca exerci pressões sobre seja quem for no exercício das suas funções. No meu percurso profissional eu nunca falei com o atual presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, e com o antigo presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, sobre matérias relativas ao Grupo Sousa. Por algo objetivo que é se existem secretários regional com a tutela eles é que têm de resolver o problema. A minha relação com o Governo Regional desde sempre foi a concessão de serviço público entre a Madeira e Porto Santo”, acrescentou o CEO do Grupo Sousa.

Com a audição parlamentar ao CEO do Grupo Sousa iniciou-se esta terça-feira na Assembleia da Madeira a comissão de inquérito que investiga as declarações de Sérgio Marques, na altura deputado do PSD, na Assembleia da República, ao DN, em que denunciava obras inventadas, favorecimentos a grupos económicos, e influência de empresários no afastamento de secretários regionais do Governo da Madeira.

Sérgio Marques alegou que foi afastado do Governo da Madeira pelo responsável pelo Grupo AFA, Avelino Farinha e que o CEO do Grupo Sousa, Luís Miguel Sousa, afastou Eduardo Jesus, na altura o secretário regional com o pelouro dos portos, do executivo madeirense.

“Eduardo Jesus tinha legitimidade para tomar as decisões que entendesse. Qualquer Governo o tem. Face às decisões que são tomadas, nós temos direito de poder reagir e defender aquilo que entendemos ser as nossas verdades”, referiu Luís Miguel de Sousa durante a audição parlamentar.

O CEO do Grupo Sousa disse que Eduardo Jesus, enquanto secretário regional com a tutela dos portos, “entendeu produzir uma alteração” no regime de funcionamento da operação portuária.

Luís Miguel de Sousa disse que “não é verdade” que a licença para a concessão do Porto do Caniçal tenha terminado.

O CEO do Grupo Sousa disse também que sabe que o Governo da Madeira procurou junto dos operadores portuários do país para saber se havia interessados da concessão.

Luís Miguel de Sousa acrescentou que sabe que “não houve interesse” pela concessão do Porto do Caniçal.

O empresário aproveitou para referir que ao longo dos anos criou-se a ideia de que o Porto do Caniçal “é caro” face ao território nacional.

“As tarifas de estiva permitem dizer que em 2018 o Porto do Caniçal em onze é o oitavo mais barato nos contentores cheios. Em onze é o nono mais barato dos contentores vazios. E nas viaturas volta a ser o oitavo mais barato em onze operadores portuários do país”, afirmou Luís Miguel de Sousa.

Durante a audição parlamentar Luís Miguel de Sousa disse que como cidadão “não queria ver” a porta de entrada das mercadorias e das pessoas, o aeroporto, “fechadas num regime de concessão”.

CEO do Grupo Sousa critica Sérgio Marques

Luís Miguel de Sousa, durante a audição parlamentar, criticou Sérgio Marques referindo que este teve “problemas” no Parlamento Europeu, quando era eurodeputado do PSD, por “ter pedido reembolso de viagens que não tinha feito”, acrescentando que “agora de repente é a pessoa mais impoluta” e diz que saiu do Governo Regional devido a um empresário.

“Eu não falo com o Governo Regional. Eu só tenho um ponto de contacto com o Governo Regional que é a Porto Santo Line. Onde a Região é concedente e a Porto Santo Line é concessionária. É o único contacto que eu tenho com o Governo Regional. E tenho o contacto com o secretário regional. Eu na altura tive o contacto com Eduardo Jesus. E resolvemos um conjunto de questões que Eduardo Jesus queria ver resolvidas. A redução tarifária para carros elétricos, o transporte gratuito de bicicleta. Houve muitas coisas resolvidas”, afirmou Luís Miguel de Sousa.

“Se me pergunta. Conhece as pessoas do Governo Regional? Conheço todas as pessoas. E os deputados? Digo que conheço todos. Isto é uma terra muito pequena. A Madeira é assim. E vale por isso. Nós não vivemos em Nova Iorque ou Londres. Nós conhecemo-nos todos uns aos outros. E é essa pequenez que nos torna fortes”, acrescentou o CEO do Grupo Sousa.

Empresário nega operar em monopólio

Luís Miguel de Sousa esclareceu que opera num mercado aberto, e vincou que num mercado aberto, mesmo a funcionar com um único operador, “não é monopólio”, acrescentando que quem quiser entrar na operação pode fazê-lo quando quiser.

“Monopólio era se fosse em mercado fechado”, acrescentou o CEO do Grupo Sousa, negando qualquer tipo de favorecimento ao grupo empresarial que lidera.

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