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NOS investe menos 20% até junho

Os lucros da operadora de telecomunicações também desceram 5,7%, porém as receitas subiram na ordem de 5% nos primeiros seis meses deste ano.
  • Edifício-sede da NOS, em Lisboa
20 Julho 2023, 07h30

A NOS tem vindo a aumentar os investimentos no último ano, mas entre janeiro e junho o CAPEX total excluindo contratos de leasing e outros direitos contratuais caiu 20% para 195,1 milhões de euros.

Os lucros da operadora de telecomunicações também caíram (5,7%) no primeiro semestre, comparativamente ao mesmo período de 2022, para 80,5 milhões de euros, revelou esta quarta-feira a cotada. Ainda assim, as receitas subiram na ordem dos 5%.

A queda no resultado líquido consolidado da telecom deveu-se ao impacto “acentuado” das depreciações e amortizações do investimento de 195,1 milhões de euros entre janeiro e junho (-20%) e à subida dos juros na estrutura de custos derivada do atual contexto macroeconómico, de acordo com o relatório financeiro enviado ontem, após o fecho da bolsa, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

As receitas consolidadas do grupo aumentaram 4,5% para 775,2 milhões de euros, em termos homólogos, e o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 9,4%, em relação aos primeiros seis meses do ano passado, para 352,6 milhões de euros. Por sua vez, o EBITDA das telecomunicações subiu a dois dígitos (+10,1% para 331,3 milhões de euros).

“No final do semestre, a melhor e mais extensa rede 5G em Portugal chegava já a mais de 90% da população, resultado do investimento contínuo em tecnologia e do foco em inovação e qualidade de serviço”, destacou o CEO da NOS sobre a rede móvel de quinta geração que contabilizava mais de quatro estações base 5G instaladas em junho.

Miguel Almeida assinalou ainda que, “ao mesmo tempo, fortalecemos o nosso compromisso com o desenvolvimento do país, a nível económico, social e ambiental, ao trabalharmos em conjunto com empresas, instituições e municípios, preparando-os cada vez mais para o futuro”, na mensagem divulgada com o mais recente relatório e contas.

Nas telecomunicações, as vendas cresceram 3,5%, a um ritmo superior ao do primeiro trimestre, para 746,6 milhões de euros, à boleia do aumento do número de serviços (356 mil para cerca de 10,9 milhões), sobretudo dos móveis pós-pagos (+9%). “As receitas de cinema e audiovisuais aumentaram 15,2% para 45 milhões de euros. Nos cinemas, as vendas de bilhetes cresceram 36,8%, para 3,5 milhões”, lê-se ainda.

Vem aí mais uma ‘mesa de testes’ de inovação 

Na semana passada, a NOS apresentou o consórcio que está a liderar – composto ainda pela Sonae MC, Wells, INESC TEC, CEiiA e Ericsson – para desenvolvimento de uma test bed de 5G no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência. O lançamento de convites para as empresas participarem nestes testes de experimentação começam já a partir de agosto, anunciaram os representantes da empresa.

“Hoje não preciso de falar em crenças nem usar o futuro. Posso usar o presente: foram mais de 450 milhões de euros de investimento, quatro mil estações e 90% do país, o que nos coloca claramente à frente no panorama nacional e europeu”, referiu o Chief Technology Officer (CTO) na celebração do primeiro aniversário do Hub 5G, que ao longo de um ano registou 38 use cases com 60 parceiros (consultores, integradores, académicos, especialistas em tecnologia e indústria…), visitas de 260 empresas e 30 eventos neste espaço no edifício do Parque das Nações, em Lisboa.

Jorge Graça exemplificou ainda o caso de José Macedo, que sofre de esclerose lateral amiotrófica, e através desta tecnologia e óculos de realidade virtual pode assistir ao concerto da banda Queens of The Stone Age em casa como se estivesse perto do palco do festival NOS Alive.

“O 5G traz uma experiência totalmente nova, abre um espaço totalmente novo. Se pensarmos nestas potencialidades e extrapolarmos para outros use cases conseguimos perceber bem o seu poder transformador. A capacidade de combinar diferentes tecnologias responde aos desafios e aos problemas. Isto é o que está por detrás do próximo ciclo de desenvolvimento que vamos ter.”, afirmou o CTO.

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