Novos critérios para relocalização de agências da UE beneficiam os países mais ricos

Em disputa estão a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e a Autoridade Bancária Europeia (EBA), ambas sediadas em Londres, Reino Unido. No pós-“Brexit” serão reinstaladas em cidades de outros Estados-membros da União Europeia (UE) e Portugal, com Lisboa (e agora também o Porto, na sequência de um recuo do Governo de António Costa), bate-se pela EMA. No entanto, os critérios para a relocalização destas agências foram alterados recentemente, beneficiando os países ricos e com melhores infra-estruturas, segundo revela o Politico.

Há vários países do Sul da Europa e dos Balcãs a concorrerem pelas sedes da EMA e da EBA. Mas os novos critérios de escolha vão privilegiar os países mais desenvolvidos do Norte e Centro da Europa. O Politico teve acesso a um documento de 24 páginas com os critérios para a localização das agências da UE, datado de 13 de junho, e salienta que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, introduziram uma maior ênfase na garantia de “continuidade de negócios” durante o “Brexit”.

Isto é, as cidades que irão albergar as novas sedes da EMA e da EBA terão que ter a capacidade de “assegurar uma transição suave para a nova localização, para garantir a continuidade dos negócios das agências que deverão manter-se operacionais durante a transição,” estipula o documento. As alterações dos critérios também conferem uma maior margem de manobra às próprias agências para indicarem que cidades se adaptariam melhor aos seus “requisitos técnicos.” O Politico conclui que as cidades de países mais ricos serão privilegiadas com estes novos critérios.