Deputado do partido Les Républicains (de Nicolas Sarkozy) pela região do l’Oise desde 2002, filho do industrial Serge Dassault, Olivier Dassault morreu este domingo, 7 de março, num acidente de helicóptero perto de Deauville, em Calvados – num desastre que também vitimou o piloto, sendo ambos os dois únicos ocupantes da aeronave.
Olivier Dassault tinha 69 anos e entre outras coisas era diretor do Grupo Figaro, detendo uma fortuna avaliada em mais de seis mil milhões de euros. Após uma primeira experiência política no Conselho de Paris (1977-1989), Olivier Dassault decidiu retomar a tradição familiar no Oise e foi eleito deputado nas legislativas francesas de 1988, ocupando um lugar que era do seu avô até 1986.
Líder da lista de direita nas eleições municipais de Beauvais em 1989 e 1995, foi duas vezes vencido – tendo a sua eleição de 1995 sido invalidada por exceder o limite dos custos da campanha eleitoral. Ao mesmo tempo, foi cabeça de lista nas eleições regionais de 1992 e tornou-se o primeiro vice-presidente do conselho regional da Picardia – cargo que abandonaria para ser candidato, em 1994, ao conselho geral de Oise (cantão de Beauvais-Nord-Est), onde esteve de 1994 a 1998.
Derrotado em 1998 pelo socialista Henri Bonan, Olivier Dassault retornou em 2002. Em junho de 2007 foi reeleito deputado pelo Oise, lugar que continuava a ocupar desde então. Nas eleições presidenciais de 2017, que á segunda volta opuseram Emmanuel Macron a Marine Le Pen, Dassault tomou posição a favor do candidato do En Marche!, que acabaria por ser eleito – distanciando-se assim de vários deputados do seu partido, que apoiaram a candidata da extrema-direita.
Dassault era um dos acionistas do grupo de indústria aeroespacial fundado pelo seu avô, Marcel Dassault – ativo que herdou do pai, Serge Dassault, que também chegou a ser eleito senador pelo partido que sucedeu aos gaulistas e de que Olivier sempre fez parte.
Amante de música e de fotografia, Olivier Dassault deixou um legado importante de composições musicais e também de curtas metragens. Acrescentava ainda a tudo isto uma forte paixão pela aviação – era dos poucos pilotos que estava habilitado a voar em todos os modelos executivos da marca Falcon. Era, aliás, dono de um avião que costumava colocar á disposição do seu grupo parlamentar.
Emmanuel Macron, prestou homenagem ao deputado no Twitter, deplorando a “morte brutal” de um “capitão da indústria, deputado, eleito local, comandante na reserva da Força Aérea”, que “nunca deixou de servir o nosso país”.
O presidente do grupo Les Républicains na Assembleia Nacional, Damien Abad, saudou um “deputado de grande coração e grande defensor da indústria”. “A sua bondade e humanismo permanecerão para sempre na nossa memória”, escreveu.
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