A forte desvalorização da lira está ter um impacto negativo nos bancos europeus, que encerraram a perder em bolsa pelo segunda sessão consecutiva. Os analistas consultados pela agência de notícias ‘Bloomberg’ apontam o BBVA, UniCredit, ING, HSBC e BNP Paribas como os cinco bancos que estão mais expostos à quebra da moeda turca e que podem sentir os seus efeitos nas receitas.
Stefan Nedialkov, analista do Citi Group, indica que os bancos espanhóis, franceses e italianos são as instituições mais ligadas à Turquia e que podem mais facilmente sentir o efeito da derrapagem da lira. As estatísticas do Banco de Pagamentos Internacionais revelam que a exposição dos bancos espanhóis aos bancos turcos é de 83,3 mil milhões de dólares. Já a exposição dos bancos franceses é de 38,4 mil milhões e, no caso dos italianos, é de 17 mil milhões de dólares.
Destes, o BBVA é visto como a instituição financeira que está mais exposta ao desempenho bolsista da lira. Bruce Hamilton, analista da Morgan Stanley, nota que cerca de 13% do total da carteira de crédito do banco espanhol liderado por Carlos Torres Vila está ligada à Turquia. Já no caso do italiano UniCredit, esta é de 4%, enquanto no holandês ING e no francês BNP Paribas é de 2%.
A justificar a desvalorização da lira estão as sanções económicas impostas pela Administração Trump à Turquia, por se recusar a extraditar um pastor norte-americano preso no país. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aprovou a duplicação das tarifas aduaneiras de 20% sobre as importações de alumínio da Turquia e 50% sobre as de aço, cujo efeito se fez sentir de imediato nos mercados.
A passada sexta-feira foi o pior dia no que toca à desvalorização da lira, tendo perdido mais de 11%. Em apenas um mês, a moeda turca caiu mais de 18% e os juros da dívida perderam perto de 20%. Esta segunda-feira, a moeda desvalorizou mais de 7% face ao dólar e ao euro e ao dólar.
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