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Politécnicos impulsionaram a criação de uma centena de empresas

Poliempreende, a maior rede de incentivo ao empreendedorismo no ensino superior, gerou cerca de 100 registos de propriedade industrial, envolvendo mais de 1.200 alunos. A 20.ª edição da iniciativa a cargo da Universidade da Madeira já está no terreno.
28 Março 2024, 11h38

Vinte edições depois de ter sido criado, o Poliempreende, maior rede nacional de incentivo ao empreendedorismo no ensino superior politécnico em Portugal, contabiliza 1.700 projetos para a criação de cerca de 100 empresas e 100 registos de propriedade industrial, envolvendo mais de 1.200 alunos.

A 20ª edição já está no terreno com coordenação da Universidade da Madeira, que sucede ao IPCA – Politécnico do Cávado e do Ave na organização da iniciativa.

O Poliempreende é integrado por todas as instituições politécnicas do país, escolas superiores não integradas – Enfermagem de Coimbra, Porto e Lisboa, Hotelaria e Turismo do Estoril e Escola Náutica Infante D. Henrique – e escolas politécnicas das universidades de Aveiro, do Algarve e da Madeira e destina-se a alunos, diplomados ou docentes das instituições referidas, ou outras pessoas, desde que integrem equipas constituídas por estudantes ou diplomados.

O processo inicia-se com a inscrição das ideias de negócio numa plataforma criada para o efeito, seguindo-se uma fase de capacitação com as oficinas E e E2, através das quais os promotores adquirem competências para desenvolver os seus planos de negócio. Os projetos são posteriormente avaliados por um júri regional e os vencedores representarão a sua instituição no concurso nacional, agendado para o início de setembro.

Ao nível regional, o valor do prémio pode ir até dois mil euros, enquanto o vencedor do concurso nacional pode ganhar até 20 mil euros. A partir de 2023, o primeiro lugar do Concurso Nacional passou a denominar-se Prémio Comendador Rui Nabeiro, em homenagem a um dos grandes impulsionadores do empreendedorismo e em particular desta iniciativa.

O projeto Pit O’Gram do aluno Francisco Henriques, do Politécnico de Viseu foi o vencedor do primeiro Prémio Comendador Rui Nabeiro. O projeto consiste num programa e aparelhos de comunicação para utilização em centros de inspeção automóvel, procurando facilitar a comunicação entre inspetor e cliente, quando é necessária a avaliação da parte inferior do automóvel. O recurso permite ultrapassar as dificuldades da comunicação oral, substituída por pictogramas animados num monitor, sendo apenas necessário inputs em botões de teclado.

“Proporcionando aos alunos a oportunidade de desenvolverem as suas competências empreendedoras, o Poliempreende está a capacitá-los a pensar de forma diferente sobre o seu futuro e a assumir o controlo dos seus percursos profissionais. Não se trata apenas de ganhar prémios ou iniciar um negócio – trata-se de ganhar confiança, aprender novas habilidades e conectar-se com uma rede de pessoas com ideias semelhantes”, afirma Maria José Fernandes, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP).

Os alunos que participam no programa “podem adquirir uma compreensão mais profunda do processo empreendedor e aprender a correr riscos, pensar criativamente e desenvolver soluções inovadoras para problemas”, salienta.

Estimular o empreendedorismo, potenciando saídas profissionais; promover a mudança de atitudes dos atores académicos participantes, bem como a constituição de novas empresas de cariz inovador e de implantação regional, com potencial de crescimento; e fomentar a inovação e o registo de patentes são os principais objetivos do Poliempreende.

O Poliempreende foi reconhecido em 2013 com o Prémio Europeu de Promoção Empresarial, na categoria de Investimento nas Competências Empreendedoras, considerando a metodologia única desenvolvida.

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