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Portugal regressa ao mercado para emissão a longo prazo, mas pode não renovar mínimos nas taxas de juro

O IGCP realiza esta quarta-feira um leilão de Obrigações do Tesouro a dez anos, com um montante indicativo será entre 750 e mil milhões de euros. Renovação de mínimos de financiamento tem sido tendência nos últimos meses, mas poderá não ocorrer esta quarta-feira, prevê analista.
  • Cristina Bernardo
13 Novembro 2019, 07h20

Portugal regressa aos mercados para se financiar até mil milhões de euros em dívida a dez anos, mas poderá não bater um novo mínimo histórico na taxa de juros, segundo David Silva, analista da corretora Infinox.

O IGCP – Agência de Gestão de Tesouraria e Dívida Pública, dirigido por Cristina Casalinho, realiza esta quarta-feira um leilão de Obrigações do Tesouro com maturidade em junho de 2029, com um montante indicativo entre 750 e mil milhões de euros.

Nos últimos meses, Portugal tem renovado mínimos no financiamento a dez anos, mas a tendência poderá não ocorrer neste leilão. “Num momento em que os investidores têm optado por ativos de maior risco em detrimento dos safe havens – dívida soberana, JPY, Ouro, CHF -, o preço da dívida soberana tem registado uma evolução negativa, sendo que os juros apresentam o movimento contrário, subindo há cerca de três sessões consecutivas para máximos de três meses, pelo que será difícil termos um valor inferior ao mínimo histórico de 0,264% da emissão de setembro”, explica David Silva.

Em setembro, no último leilão comparável, Portugal registou um novo mínimo de sempre na emissão de OT a 10 anos ao pagar uma taxa de alocação de 0,264% para emitir 600 milhões de euros.

Ainda assim, o analista da Infinox prevê “mais uma emissão de dívida bem sucedida”, com a procura dos investidores a superar a oferta, tal como tem acontecido nas últimas emissões.

“Apesar dos juros estarem perto de mínimos históricos, os investidores mais conservadores acabam por preferir este tipo de ativos em detrimento dos ativos de maior risco”, realça. “Esta emissão vai de acordo com aquilo que foi projetado no início do ano, uma vez que o valor de dívida de longo prazo ascenderá aos 13,5 mil milhões de euros, ficando a 1,9 mil milhões do objetivo para o presente ano”.

“No que diz respeito ao custo de financiamento, será certamente mais uma emissão com um custo reduzido, principalmente quando comparando com igual período do ano passado, em que os juros se encontravam perto dos 1.97%”, conclui.

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