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Preços dos cereais dão tréguas ao mercado mundial

A queda acentuada deve-se a três fatores, nomeadamente a melhoria da produção, queda do custo dos fertilizantes e do combustível e ao acordo de exportação pelo Mar Negro, assinado entre Kiev e Moscovo. 
23 Março 2023, 12h30

A produção agrícola mundial aumentou nos últimos meses e isso levou a uma queda drástica dos preços que, no ano passado, alcançaram novos máximos por causa da invasão à Ucrânia. De acordo com o “CincoDías”, o índice de preços de cereais da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) ficou numa média de 147,3 pontos no mês de fevereiro, dois pontos acima do período homólogo, quando a guerra começou a escalar entre a Rússia e Ucrânia.

A publicação espanhola nota que os níveis registados atualmente estão “muito abaixo” do máximo alcançado em maio do ano passado, quando ultrapassou os 173 pontos.

De acordo com os analistas, a queda acentuada deve-se a três fatores, nomeadamente a melhoria da produção, queda do custo dos fertilizantes e do combustível e ao acordo de exportação pelo Mar Negro, assinado entre Kiev e Moscovo.

A FAO estima que tenham sido exportadas 25 milhões de toneladas de cereais para um total de 45 países e que os preços dos alimentos tenham caído 18% desde que o acordo entre os dois países em guerra foi assinado em julho de 2022. O acordo foi prolongado até 18 de julho e o fornecimento a curto prazo continua a ser garantido.

Com o aumento da produção e diminuição do preço após o início da guerra, a FAO adianta que a exploração mundial de trigo pode ser a segunda mais elevada já registada, com 784 milhões de toneladas, enquanto a produção de milho no Brasil e Argentina deve atingir bons níveis.

No entanto, os analistas apontam que a produção e exportação pode cair a qualquer momento, uma vez que o acordo pode vir a ser abandonado pelos dois países, sendo que a volatilidade do sector energético e as alterações climáticas podem prejudicar a produção.

Os analistas consultados pela publicação espanhola explicam que o acordo traçado entre a Rússia e a Ucrânia pode ser quebrado a qualquer momento, existindo algum perigo subjacente às negociações do Mar Negro. Isto faria com que o trigo e o milho voltassem a atingir máximos históricos, depois dos 1.182 euros (trigo) e 757 euros (milho) de maio e abril de 2022, respetivamente.

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