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Presidente: “Não serão anos de campanha eleitoral. Serão anos de trabalho no duro”

Num discurso sobre os fundos europeus, Marcelo Rebelo de Sousa afirma que é importante “que haja capacidade para controlar no devido tempo, monitorizar o que se está a fazer”. “A última coisa que se pode fazer nesta situação é desbaratar fundos que são de todos”, avisa.
18 Outubro 2021, 16h22

Durante o seu discurso na conferência ‘Fundos Confederação: o Minho e a Galiza’, Marcelo Rebelo de Sousa abordou a ‘bazuca’ da União Europeia, concretamente, sobre a forma como os portugueses devem encarar as ajudas financeiras da Europa a Portugal no âmbito da crise provocada pela pandemia de Covid-19. Segundo o Presidente da República, executar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) como um mecanismo financeiro plurianual é “fracassar na execução dos fundos europeus”.

“Que haja capacidade para controlar no devido tempo, monitorizar o que se está a fazer. A última coisa que se pode fazer nesta situação é desbaratar fundos que são de todos. A última coisa que poderá acontecer é termos casos de mau uso, de fraude, de desperdício na utilização de fundos europeus”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações divulgadas pela TVI e RTP.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou ainda um aviso de que os próximos anos: “Não serão anos de campanha eleitoral. Serão anos de trabalho no duro. As eleições fazem parte da democracia, quando ocorrem é nos calendários previstos, quando não ocorrem é mau sinal, quando têm de ocorrer não é desejável, mas em qualquer dos casos é bom que o discurso do rigor prevaleça sempre sobre o discurso eleitoral”.

O Presidente da República acrescentou ainda que a aplicação dos fundos europeus deve ser feita com uma visão que “privilegie o exercício teórico do planeamento e da projeção em detrimento da execução”. “Aqueles que planeiam e projetam tem de estar todos os dias em contacto com a realidade, com os pés no chão. Senão estão a planear uma coisa e está-se a executar outra coisa”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de sublinhar que é uma “responsabilidade enorme que supõe uma fluidez permanente entre estado, administração central, CCDRs [comissões de coordenação e desenvolvimento regional] e poder local. Uma fluidez permanente entre estas instâncias de poder e sociedade e aqueles que no terreno intervém”.

“Os fundos são muito importantes para os próximos anos, mas não bastam para aquilo que nos queremos para Portugal. O que queremos é muito mais investimento privado, nacional e estrangeiro. Muito mais que a intervenção dos poderes públicos, do investimento publico, que é muito importante mas não chega. Isso implica que os próprios fundos ultrapassem uma visão meramente financista. Do que se trata é do desenvolvimento económico e social do país, sem dúvida com rigor orçamental, mas não de uma obsessão visão financista que não tenha presente o desenvolvimento económico e social”, reforçou o Presidente da República.

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