[weglot_switcher]

Marta Temido lidera lista do PS às europeias e Sebastião Bugalho é o candidato da AD

Do Largo do Rato à Rua de São Caetano, PS e AD surpreenderam na noite em que ficaram fechadas as listas para as eleições europeias. Uma antiga ministra que muitos apontaram como preferida à corrida a Lisboa e um jovem comentador da SIC/Expresso vão liderar a corrida a Estrasburgo.
23 Abril 2024, 07h30

Uma noite de surpresas no Largo do Rato (sede do PS) e na Rua de São Caetano (sede do PSD). Esta segunda-feira, 22 de abril, foi marcada pela escolha das listas para as eleições europeias por parte das duas forças políticas mais votadas nas últimas legislativas, com escolhas inesperadas: a ex-ministra da Saúde Graça Temido, pelo PS, e o jornalista e o comentador político Sebastião Bugalho, pela AD.

A escolha do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, acabou por surpreender uma vez que o nome de Marta Temido era apontado para desafiar Carlos Moedas em Lisboa nas próximas eleições autárquicas.

A lista completa de candidatos do PS às europeias inclui, além de Marta Temido, Francisco Assis e Ana Catarina Mendes, o dirigente da JS Bruno Gonçalves, o deputado no Parlamento regional dos Açores André Rodrigues e a presidente da câmara da Amadora, Carla Tavares. Seguem-se a presidente dos autarcas socialistas, Isilda Gomes, e o deputado na Assembleia Legislativa da Madeira e ex-presidente do PS/Madeira Sérgio Gonçalves, e, em nono, Miguel Lemos, atual presidente do Conselho de Administração das Águas de Gaia.

Nas últimas eleições para o Parlamento Europeu, o PS elegeu nove deputados.

Esta lista foi aprovada com 70% dos votos na reunião da Comissão Política do PS e não inclui qualquer dos atuais eurodeputados do partido.

Do lado da Aliança Democrática (AD), a escolha foi ainda mais surpreendente. Quando parecia quase certa a escolha de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, Sebastião Bugalho, jornalista da SIC/Expresso, acabou por ser o eleito.

A Sebastião Bugalho segue-se na lista Paulo Cunha, vice-presidente do PSD desde a eleição de Luís Montenegro como presidente do PSD. O terceiro lugar cabe ao CDS-PP, que indicou Ana Miguel Pedro Soares, assessora do partido no Parlamento Europeu e membro da Comissão Política Nacional do CDS.

Lídia Pereira, recentemente eleita vice-presidente do Partido Popular Europeu, grupo a que o PSD pertence, e que foi há quatro anos a “número dois” partido ás europeias, numa aposta do então presidente do PSD, Rui Rio, ocupa o quarto lugar. Seguem-se Hélder Sousa Silva, Sérgio Humberto, Paulo Nascimento Cabral, Carla Rodrigues e Rubina Leal.

A indicação da madeirense Rubina Leal na nona posição levou a que o líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, anunciasse o voto contra a lista proposta no Conselho Nacional do partido, por considerar que se trata de um lugar inelegível. Nas últimas eleições europeias o PSD conseguiu eleger seis eurodeputados.

O décimo lugar ficou reservado para o parceiro da coligação, CDS-PP, que indicou Vasco Weinberg, atualmente o eurodeputado do partido, em substituição de Nuno Melo, o único deputado que o CDS-PP elegeu para Estrasburgo e que agora é ministro da Defesa Nacional.

O nome do atual presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, foi apontado para a liderança da lista da AD, mas a ideia provocou alguma controvérsia. Duas dezenas de autarcas e outros militantes do partido consideraram a escolha como uma “traição” que “deixará marcas profundas na confiança que os portuenses têm no PSD”.

Antes da reunião do Conselho Nacional, foi noticiado que Moreira teria recusado o segundo lugar na lista.

Luís Filipe Menezes também estava contra o nome de Rui Moreira na lista dos candidatos do PSD às eleições europeias. “Já traiu três líderes do PSD, Cavaco Silva, Rui Rio e a mim próprio. Não há três sem quatro!”, escreveu o ex-autarca de Vila Nova de Gaia e líder do PSD na rede social Linkedin.

O secretário-geral do PSD, Hugo Soares, garantiu que a escolha de Sebastião Bugalho foi a “escolha única” de Montenegro.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.