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Remessas dos emigrantes de Cabo Verde valem 11,3% do PIB

Os emigrantes cabo-verdianos enviaram um novo recorde de remessas para o país em 2019, acima de 180 milhões de euros, quase 30% desde Portugal, segundo dados anteriores do BCV.
16 Dezembro 2020, 21h00

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, reconheceu esta quarta-feira a importância para a economia nacional das remessas enviadas pelos emigrantes, que continuam a crescer e já representam 11,3% do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano.

A posição foi assumida pelo chefe do Governo durante o debate mensal no parlamento, subordinado ao tema “diáspora e desenvolvimento”, em que Ulisses Correia e Silva fez um balanço das políticas governativas para a comunidade emigrante da atual legislatura, iniciada em 2016 e que termina no primeiro trimestre de 2021.

“As contribuições das remessas dos emigrantes têm sido importantes ao longo da história de Cabo Verde. São importantes para as famílias, para o financiamento da economia cabo-verdiana e também demonstra que a confiança tem aumentado, mesmo no período da pandemia”, afirmou, após ser questionado pela oposição.

O primeiro-ministro explicou que as remessas valiam 10,6% do PIB, em média, na legislatura de 2012 a 2015, mas que subiram para 11,3% no período de 2016 a 2019.

“E neste período de pandemia, ao contrário do que estava estimado, tem havido uma evolução positiva, um crescimento de 20% de junho de 2019 a junho de 2020”, destacou Ulisses Correia e Silva, reforçando a importância destas remessas por continuarem a aumentar apesar das dificuldades económicas que os emigrantes cabo-verdianos também enfrentam nos países onde trabalham, devido à pandemia de covid-19.

A Lusa noticiou este mês que as remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para aquele arquipélago aumentaram 3,1% até setembro, face ao mesmo período de 2019, para o equivalente a meio milhão de euros diários, segundo cálculos com base num relatório do banco central.

De acordo com um relatório estatístico do Banco de Cabo Verde (BCV), com dados referentes aos primeiros nove meses de 2020, os emigrantes cabo-verdianos enviaram remessas no valor de quase 14.918 milhões de escudos (134,8 milhões de euros).

Este valor compara com os quase 14.467 milhões de escudos (130,7 milhões de euros) de remessas enviadas para Cabo Verde pelos emigrantes de janeiro a setembro de 2019, segundo dados anteriores do BCV.

O valor mensal mais baixo em vários anos registou-se em abril deste ano, pico do confinamento internacional devido à pandemia de covid-19, com apenas 1.177 milhões de escudos (10,6 milhões de euros) em remessas enviadas pelos emigrantes para Cabo Verde.

Em setembro último, esse valor ascendeu a 1.221 milhões de escudos (11 milhões de euros) – uma quebra de 25% face ao mesmo mês de 2019 -, depois do pico superior a 2.016 milhões de escudos (18,2 milhões de euros) em julho.

Cabo Verde conta com quase 600 mil habitantes no arquipélago e mais de um milhão na Europa e Estados Unidos da América, estando o sistema financeiro dependente das remessas desses emigrantes.

Tal como em períodos anteriores, Portugal está entre os países de origem com maior volume de remessas, com os emigrantes radicados no país europeu a enviarem para Cabo Verde mais de 3.497,5 milhões de escudos (31,6 milhões de euros) até setembro.

Os emigrantes cabo-verdianos enviaram um novo recorde de remessas para o país em 2019, acima de 180 milhões de euros, quase 30% desde Portugal, segundo dados anteriores do BCV.

Os cabo-verdianos em Portugal enviaram 5.679 milhões de escudos (51,5 milhões de euros) em remessas em 2019, um crescimento de 6,7% face ao ano anterior.

Em 2019, globalmente, as remessas dos emigrantes cabo-verdianos cresceram 8,1%, para num novo máximo, de 19.900 milhões de escudos (180,2 milhões de euros).

Em todo o ano de 2018, as remessas cabo-verdianas ultrapassaram os 19.195 milhões de escudos (173,3 milhões de escudos), uma subida de 6% face a 2017, com Portugal a liderar, com 5.675 milhões de escudos (51,2 milhões de euros).

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