No início deste mês, a NATO expulsou oito membros da missão russa junto da aliança por alegadamente serem membros não declarados da polícia secreta. Agora, como retaliação, o governo de Vladimir Putin decidiu suspender as atividades da sua missão diplomática na NATO e fechar os escritórios da aliança em Moscov.
As medidas, anunciadas esta segunda-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, devem levar as relações entre Moscovo e a NATO para um novo patamar de tensão. “Após certas medidas tomadas pela NATO, as condições básicas para um trabalho comum deixaram de existir”, disse Lavrov, citado por vários jornais.
O ministro afirmou que, a partir de novembro, o contacto entre a aliança e Moscovo passará a ser feito por via da embaixada russa em Bruxelas, a cidade europeia onde está situado o quartel-general europeu da NATO – desde que nos anos 50 do século passado o então presidente francês, general De Gaulle, expulsou a missão da cidade de Paris.
A NATO disse que tomou nota dos comentários de Lavrov, mas não recebeu nenhuma comunicação oficial sobre as questões levantadas.
A quando da expulsão dos russos, Moscovo disse que essa decisão destruiria qualquer possibilidade de as relações entre as duas partes virem a normalizar-se. O desfecho decidido pela Rússia vem confirmar o aumento da tensão, que já se antevia.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que as expulsões agora decididas por Moscovo não estão relacionadas com um evento em particular, mas com uma determinada postura por parte da Rússia. E afirmou que a organização precisa de estar vigilante face às atividades “malignas” da Rússia.
Stoltenberg citou o aumento das posições militares da Rússia ao longo da fronteira com a Ucrânia e o que ele disse serem violações do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) como evidência de “ações agressivas” que devem continuar a ser monitorizadas.
O Conselho NATO-Rússia, criado há cerca de duas décadas como forma de promover a cooperação em áreas de segurança comum, está agora colocado em causa, depois de ter sido ‘bombardeado’ por Moscovo com ações que a NATO considerou fortemente contestáveis. A Anexação da Crimeia em 2014 terá sido o ponto máximo da fricção – mas o envolvimento na Ucrânia e o apoio ao ditador bielorrusso têm sido outros pontos de grande desacordo entre as duas partes. Aliás, desde o episódio da Crimeia que o Conselho está praticamente desativado.
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