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TAP com lucro recorde de 177,3 milhões de euros no ano passado

Em 2022, quando era liderada pela gestora francesa Christine Ourmières-Widener, a companhia aérea registou lucros de 65,6 milhões de euros. Lucros com Luís Rodrigues ao comando quase triplicaram.
27 Março 2024, 07h51

A TAP alcançou no ano passado o maior resultado líquido de sempre, com um lucro de 177,3 milhões de euros. Trata-se, segundo do comunicado da companhia aérea, de um aumento de 111,7 milhões de euros face a 2022, quando tinha sido verificado um lucro de 65,6 milhões, depois de cinco anos de prejuízos.

Importa lembrar que os lucros de 2022 foram alcançados sob o comando de Christine Ourmières-Widener e os do ano passado já sob a alçada de Luís Rodrigues, que veio em substituição da gestora após o seu despedimento.

Conta a TAP que registou, em 2023, “um sólido desempenho das métricas financeiras e comerciais, com um EBITDA Recorrente de 871,6 milhões” e uma margem de 21%. O EBIT Recorrente foi de 385,8 milhões com uma margem de 9%.

Já as receitas operacionais atingiram “o valor mais alto de sempre da história do grupo” até aos 4,2 mil milhões de euros. Assim, as receitas superaram a marca dos quatro mil milhões depois de um aumento de 730 milhões de euros (+20,9%) face ao ano anterior. “Este valor recorde e este crescimento consistente refletem e confirmam a abordagem estratégica da TAP face às oportunidades de mercado”, lê-se no comunicado.

A transportadora aérea portuguesa aponta um forte posição de liquidez, fixada em 789,4 milhões de euros. Para a TAP, esta liquidez reforça “o caminho de desalavancagem com uma melhoria do rácio dívida financeira líquida/EBITDA a 31 de dezembro de 2023”.

O CEO da TAP, Luís Rodrigues, considera que os resultados de 2023 confirmam “o caminho de recuperação efetuado nos últimos anos pela TAP”. “Recorde de receitas, ultrapassando a marca dos quatro mil milhões de euros, margens operacionais robustas e resilientes, e uma clara trajetória de desalavancagem, confirmam a solidez financeira do grupo”.

“O aumento da pontualidade e da regularidade na segunda metade do ano, bem como do NPS (que mede o índice de satisfação do cliente), provam o foco da organização em executar um melhor serviço para os nossos passageiros. A assinatura de novos acordos de empresa confirma o reconhecimento e compromisso perante os nossos trabalhadores”, adianta o presidente executivo.

No entanto, Luís Rodrigues adianta que “2024 será um ano desafiante que testará o foco da organização, para o qual necessitamos do compromisso de todos para estabelecermos a TAP como uma das empresas mais atrativas do sector”.

A empresa lembra que vai continuar a executar a estratégia que visa transformar a TAP numa “companhia aérea estruturalmente sustentável”, tendo como objetivo melhorar as operações, investir nos trabalhadores e clientes e fortalecer o foco nos mercados-chave e na estratégia para os mesmos. A TAP quer ainda capitalizar os resultados financeiros, “gerindo as pressões sobre os custos, melhorando a geração de fluxos de caixa e continuando a trajetória de desalavancagem”.

TAP além dos lucros

A TAP revela ainda que transportou mais 15,2% de passageiros que em 2022, atingindo um total de 15,9 milhões de passageiros transportados. Isto significa que chegou a 93% dos valores pré-pandemia. Também o número de voos operados aumentou 11%, tendo atingindo 88% dos níveis pré-crise de Covid-19.

Ora, “a capacidade superou os níveis pré-crise de 2019, atingindo 101%, representando um aumento de 14,9% face a 2022”. A empresa adianta que o load factor aumentou 0,8 p.p. em termos homólogos até chegar aos 80,8% em 2023, numa melhoria de 0,7 p.p. face a 2019.

As receitas operacionais cresceram 27,8% face a 2019, quando observou um prejuízo de 105,6 milhões de euros.

Os custos operacionais recorrentes ascenderam a 3.829,0 milhões de euros, aumentando em 18,3% quando comparado com o valor de 2022.

A TAP encerrou o ano passado com um total de 98 aeronaves, na sua maioria narrow-body

Em termos gastos operacionais, a empresa viu os valores aumentarem 20,2% para 3.868,1 milhões de euros, significando um acréscimo de 651,3 milhões. A maior parte do custo concentrou-se no combustível para as aeronaves, que totalizou 1.114,8 milhões em 2023, sendo que os custos com o pessoal aumentaram 73,4% (305,9 milhões de euros) e o custo com operacionais de tráfego cresceu 29,7% (207,4 milhões de euros).

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