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Televisão Digital Terrestre custou 1,6 milhões de contos e já cobre 75% do país

Cerca de 1,6 milhões de contos é o montante que já foi investido no projecto de transição da Televisão Analógica para a Televisão Digital Terrestre (TDT), que culminou esta terça-feira, 10, com a inauguração da sede da Cabo Verde BroadCast (CVB), empresa pública que passa a gerir as infra-estruturas de transmissão de sinais e a trabalhar junto dos operadores de televisão garantindo melhor qualidade de produção e rigor dos seus conteúdos.
11 Abril 2018, 10h44

A informação foi avançada pelo ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente – tutela da comunicação social -, na cerimónia de inauguração da Cabo Verde Broadcast, que serviu também para a apresentação dos membros dos órgãos sociais dessa empresa com capital exclusivamente público e que terá a responsabilidade de gestão e exploração do sistema TDT.

De acordo com o governante a transição da TDT caracteriza-se como sendo um projecto estruturante do Estado de Cabo verde, não só para fomentar o desenvolvimento do sector audiovisual, mas também para a massificação do acesso à informação de uma forma geral.

“Configura um investimento de 1,6 milhões de contos e tem por objectivo proporcionar aos cabo-verdianos serviços melhorados de televisão com melhor qualidade áudio e imagem como forma de garantir a libertação do espetro radioeléctrico para a introdução de novos serviços no mercado nacional, como é o caso das comunicações moveis da geração 4G”, explicou Abraão Vicente.

O ministro indicou, por outro lado, que se pretende com essa transição a resolução de parte dos constrangimentos relacionados com o exercício da televisão, desde a melhoria da cobertura do território nacional, por forma acabar com a zona sombra, cumprindo assim o estipulado na Constituição da República.

“A melhoria de acesso com diversos conteúdos por parte da população sobretudo a mais isolada, contribui mais uma vez para cumprir a Constituição, para garantir a coesão regional e abrir oportunidades nas indústrias da criatividade da produção e difusão de conteúdos locais e regionais”, realçou o governante.

Neste momento Cabo Verde já tem uma cobertura do TDT que ronda os 75% do país, em fase experimental, e o conselho de administração da Cabo Verde Broadcast tem um prazo até ao final do mês para entregar ao Governo um cronograma definitivo para o fecho das emissões analógicas.

A Cabo Verde Boradcast tem como propósito trabalhar junto dos operadores de televisão em ordem a libertação de sinais e espectro radioeléctrico que lhes permitam apostar na qualidade de produção e no rigor dos seus conteúdos para Cabo Verde.

“Muito mais do que criar uma empresa pública de comunicação social, a Constituição apela aos governantes e ao Estado para que façam, promovam o serviço público de comunicação social que dê acesso à informação de qualidade a todos e cabo-verdianos”, disse.

“Enquanto tivermos instituições que estejam sedeadas basicamente na Praia e no Mindelo não estamos a cumprir com a Constituição, pelo que com a Cabo Verde Broadcast o objectivo final e principal é não só garantir que o órgão de comunicação social público tenha e dê acesso à informação, mas também promova os canais privados.

Abraão Vicente garantiu que investimentos em “ilhas crónicas” como Santo Antão, São Nicolau, e mesmo na ilha de Santiago vão ser acelerados por forma a acabar com as zonas sombras.

A Radio Televisão Cabo-verdiana (RTC) vai, a partir de agora, deixar de gerir as infra-estruturas de transmissão de sinais, que ficarão doravante sob a gestão da Broadcast.

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