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Turismo rural cresce na Madeira e supera número de hóspedes do ano passado nos primeiros dez meses do ano

Este ano, até ao mês de outubro, entraram 59.801 hóspedes para unidades de alojamento turístico em espaço rural. Destes, 16,8% são residentes em Portugal e 83,2% são estrangeiros. A Alemanha é o maior mercado deste tipo de alojamento turístico, com 23,4% dos hóspedes. A França representa 15%, os Países Baixos 9,1% e o Reino Unido 5,1%.
19 Dezembro 2023, 07h30

Se nos primeiros anos da sua afirmação como destino turístico, a Madeira vendia-se predominantemente para o turismo de sol e mar, com o passar do tempo, a procura por experiências mais autênticas e sustentáveis tem impulsionado o crescimento do turismo rural na Região, com os viajantes a valorizarem cada vez mais a oportunidade de explorar destinos de forma mais intimista e fugindo das áreas urbanas tradicionais.

Os dados publicados na Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM) demonstram a evolução positiva da escolha dos hóspedes pelo alojamento turístico em espaço rural (TER). Até outubro deste ano já se contabilizam mais hóspedes entrados para unidades de alojamento TER do que na globalidade do ano passado. Em 2022 entraram 58.255 hóspedes, enquanto nos primeiros dez meses de 2023 já foram contabilizados 59.801 hóspedes, que representaram 221.175 dormidas.

Em 2019 os hóspedes que escolhiam este tipo de alojamento representavam 2,8% do total, já em 2022, tal como até outubro deste ano a representação é de 3,3%. Em 2021 teve uma representação de 4,1%.

Este ano, até ao mês de outubro, entraram 59.801 hóspedes para unidades de alojamento turístico em espaço rural. Destes, 16,8% são residentes em Portugal e 83,2% são estrangeiros. A Alemanha é o maior mercado deste tipo de alojamento turístico, com 23,4% dos hóspedes. A França representa 15%, os Países Baixos 9,1% e o Reino Unido 5,1%.

O proveito por quarto utilizado (ADR) passou de 79,19 euros, em 2022, para 90,07 euros, nos primeiros dez meses de 2023, o que representa um crescimento de 13,9%.

O Secretário Regional do Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, ao JE destaca que pela sua particularidade, com localização em espaços rurais e preocupações de sustentabilidade, os empreendimentos TER são importantes para o destino Madeira pela genuinidade e preservação das raízes culturais da Região.

“Para além do relevante contributo em termos de manutenção e recuperação quer de edificações existentes quer de tradições, o Turismo em Espaço Rural, que, na sua essência, não permite a introdução de elementos dissonantes no que respeita a volumetrias e materiais a utilizar, tem sido importantíssimo na salvaguarda da paisagem humanizada da Região”, salienta o governante. E acrescenta: “daí que o turismo rural seja alavancado pela crescente procura de turistas que pretendem disfrutar cada vez mais dos recursos naturais existentes no destino, procurando locais menos turísticos e com mais espaços de ar puro e contacto direto com a natureza”.

A Região dispõe de vários instrumentos financeiros de apoio aos empresários que querem investir no TER, nomeadamente através do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum para a Região Autónoma da Madeira 23-27 (PEPAC para a RAM 23-27). À semelhança do que já acontecia no programa anterior (Programa de Desenvolvimento Rural da RAM – PRODERAM 2020), os apoios incidem sobre várias tipologias de investimento, como obras de reconstrução, remodelação, adaptação e melhoramento de edifícios ou outras construções consideradas património rural, máquinas e equipamentos novos, incluindo equipamentos informáticos, aquisição de viaturas e meios de transporte, entre outros, informa o Gestor do PEPAC para a RAM, Marco Gonçalves.

Marco Gonçalves sublinha que no âmbito do programa anterior (PRODERAM 2020) foram apoiados 26 projetos TER, “tendo sido comprometidas a totalidade das verbas destinadas a estas ações incluídas na Estratégia de Desenvolvimento Local”. Dos 26 projetos, 16 são na zona de intervenção da Associação de Desenvolvimento da RAM (ADRAMA) – Ribeira Brava, Ponta do Sol, Calheta, Porto Moniz, São Vicente e Santana – e dez na zona de intervenção da Associação de Casas do Povo da RAM (ACAPORAMA) – Câmara de Lobos, Santa Cruz, Machico e Porto Santo -.

Também no âmbito do Instituto de Desenvolvimento Empresarial (IDE), as empresas de Turismo em Espaço Rural podem beneficiar de sistemas de incentivos, que estão igualmente disponíveis para empresas que atuam noutras áreas. Há apoios para a criação, expansão ou modernização de micro e pequenas empresas (Inicie +), apoios para a eficiência energética nas empresas, tal como apoios para a melhoria da capacidade competitiva das empresas regionais (Valorizar 2020).

Por fim, além destes apoios, depois cada concelho, no âmbito das câmaras municipais, também pode conceder benefícios aos investimentos no Turismo em Espaço Rural.

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