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Habitação: Presidente promulga simplificação dos licenciamentos, mas com aviso

Numa mensagem publicada hoje na página oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa dá luz verde ao Governo para “simplificar, significativamente, os procedimentos urbanísticos e de ordenamento do território”, conforme previsto pelo executivo no âmbito do programa Mais Habitação.
21 Agosto 2023, 21h48

O Presidente da República promulgou o decreto do Governo que reforma e simplifica os licenciamentos relacionados com a habitação, mas avisou que vai estar atento à “compatibilização” com a segurança e a qualidade dos edifícios.

Numa mensagem publicada hoje na página oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa dá luz verde ao Governo para “simplificar, significativamente, os procedimentos urbanísticos e de ordenamento do território”, conforme previsto pelo executivo no âmbito do programa Mais Habitação.

Porém, avisa que “não deixará de ter presente, na futura apreciação do decreto-lei autorizado, a necessidade de compatibilização entre a simplificação urbanística e outros valores a preservar, como é a segurança e qualidade das edificações”.

Ao mesmo tempo, será vigilante quanto à “responsabilização dos intervenientes no processo de construção e o importante papel da Administração Local em matéria de habitação e de ordenamento do território”.

O Presidente da República diz ainda esperar que o Governo, “se possível”, aproveite para “ponderar a reunião num único diploma de toda a legislação dispersa (imensa e, em alguns casos, contraditória)”, sugerindo até algo que “aponte para um Código da Edificação”.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que esse passo eliminaria “contradições e normas obsoletas” e melhoraria “a acessibilidade da legislação do setor”.

Com a legislação agora promulgada, o Governo propõe eliminar licenças, autorizações, atos e procedimentos “dispensáveis ou redundantes” em matéria de urbanismo, ordenamento do território e indústria.

No debate realizado em 19 de maio, na Assembleia da República, o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, sublinhou que “dar resposta aos desafios da habitação” passa também por esta “medida Simplex”, que pretende simplificar, uniformizar e desburocratizar os licenciamentos.

O Presidente da República vetou as restantes propostas que constam do programa Mais Habitação, aprovado no parlamento a 19 de julho, apenas com o voto favorável do PS. PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e BE votaram contra, enquanto Livre e PAN optaram por se abster.

O Presidente da República expressou um “sereno juízo negativo” e criticou a ausência de consenso sobre o Mais Habitação.

As medidas mais polémicas e contestadas do programa são a suspensão do registo de novos alojamentos locais fora dos territórios de baixa densidade e uma contribuição extraordinária sobre este negócio, e também o arrendamento forçado de casas devolutas há mais de dois anos.

O pacote do Governo prevê igualmente uma isenção da tributação de mais-valias aos proprietários que vendam casas ao Estado, o fim de novos vistos ‘gold’, o aumento da dedução por dependente no âmbito do IMI Familiar, alterações à taxa autónoma dos rendimentos prediais e isenções de impostos para proprietários que retirem as casas do alojamento local até ao fim de 2024.

Depois de o diploma seguir para o Palácio de Belém, era muita a expectativa em torno do que faria Marcelo Rebelo de Sousa, que decidiu não enviar o diploma para o Tribunal Constitucional.

Na mensagem hoje publicada no ‘site’ da Presidência, o chefe de Estado reconhece “a emergência da crise habitacional, que afeta, sobretudo, jovens e famílias mais vulneráveis, e começa a afetar a classe média”, bem como “a necessidade do aumento da oferta de imóveis para habitação”.

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