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Prioridades do BPF para 2025: Banco digital, fusão das sociedades de garantia mútua e parcerias internacionais

O CEO do Banco Português de Fomento confirmou o investimento de 2,5 milhões de euros para modernizar a sua infraestrutura tecnológica. Veja aqui os números dos primeiros 100 dias e prioridades para este ano, do banco sob comando de Gonçalo Regalado.
17 Abril 2025, 16h30

O Banco Português de Fomento (BPF) apresentou esta quinta-feira um conjunto de objetivos estratégicos que visam reforçar a sua posição como Banco Soberano da economia portuguesa, com capacidade para “gerar impacto real e mensurável até ao final de 2025”.

Desde logo o banco promocional quer ser um Banco Digital para as empresas, que passa pela construção de um “banco de processos com tecnologia, com automação e com rapidez”.

O CEO do Banco Português de Fomento confirmou o investimento de 2,5 milhões de euros para modernizar a sua infraestrutura tecnológica.

Recorde-se que o Governo aprovou em Conselho de Ministros, um Decreto-Lei que dá maior agilidade, por um período máximo de 12 meses, à contratação de bens e serviços imprescindíveis ao processo de transformação tecnológica e digital do Banco Português do Fomento, ou seja, está dispensado de cumprir parte das regras da contratação pública durante 12 meses.

A ambição de tornar o BPF um verdadeiro banco digital “traduz-se na criação de uma plataforma única de informação de cliente, desenvolvida em articulação com entidades como a AMA, o IRN, a Autoridade Tributária e a Segurança Social, permitindo aos empresários aceder a todos os documentos necessários num só ponto”.

“Esta transformação digital será complementada por uma fábrica de software interno, que dará resposta às necessidades tecnológicas específicas do Banco e permitirá automatizar os processos de crédito, com prazos de decisão de apenas sete dias úteis e uma redução significativa da documentação exigida”, diz o banco.

Por outro lado, o BPF, no balanço dos 100 dias da nova administração, diz que já está assegurado o pagamento a mais de mil empresas dos valores pendentes das subvenções referentes às linhas Covid, num montante superior a 35 milhões de euros, “garantindo que as empresas elegíveis sejam devidamente ressarcidas pelo investimento que realizaram durante a pandemia”.

Até ao final de 2025, o BPF propõe-se concluir a já esperada fusão das quatro Sociedades de Garantia Mútua numa única entidade, “agilizando a gestão e reforçando a proximidade com o tecido empresarial”.

O BPF diz que esta fusão “será acompanhada por um novo modelo de servicing para as garantias, mais simples, mais próximo e mais impactante para a Economia e para as Empresas”.

A instituição liderada por Gonçalo Regalado diz também que já foram iniciados os mecanismos de recompra de ações das SGMs, permitindo reembolsar as empresas que investiram na Garantia Mútua e reforçando a parceria com as empresas.

No domínio do capital com impacto, o BPF promete acelerar a execução do Fundo de Capitalização e Resiliência, abrangendo iniciativas como o programa Consolidar, o Venture Capital e os fundos de coinvestimento público-privado, com o apoio da Portugal Ventures, que verá reforçado o seu papel no apoio à inovação e ao empreendedorismo nacional.

 

Financiamento estratégico e ambição internacional

Ao mesmo tempo, o BPF está a construir novas linhas de financiamento para promover o investimento em setores estratégicos como a inovação, a transição digital e energética. “Neste ponto, refira-se que a Linha PRR Inovação Empresarial de 371 milhões de euros e a nova Linha Fomento PT 2030, com uma dotação de 3 mil milhões de euros, destina-se a projetos empresariais com mérito, promovendo a execução dos fundos europeus e a competitividade nacional”, segundo a instituição.

No plano internacional, o BPF iniciou negociações com um fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos e prepara novas parcerias com o BNDES e reforço de parcerias com os Bancos Soberanos na Europa, acrescenta o banco.

Também o processo de integração da Sofid permitirá alargar o mandato do Banco à função de instituição multilateral, reforçando a ambição de afirmar o BPF como o ‘Banco da Lusofonia’.

 

Consolidação internacional e reforço do papel estratégico

No plano europeu, o Banco Português de Fomento apresentou a candidatura de Portugal ao compartimento nacional do FEI InvestEU, iniciativa que poderá mobilizar até 6.500 milhões de euros em garantias para alavancar o investimento empresarial em áreas estratégicas para o crescimento e competitividade da economia nacional.

“No reforço da sua ambição internacional, o BPF dará continuidade às negociações com fundos soberanos e entidades multilaterais e concluirá o processo de integração da Sofid no grupo, ampliando a capacidade de financiamento à internacionalização”, refere o BPF.

Simultaneamente, avançará com a integração da Agência de Crédito à Exportação na esfera pública, “num processo de transição em parceria com a Cosec e a Direção Geral do Tesouro e Finanças, “consolidando o seu papel como entidade de referência no apoio à exportação e à presença das empresas portuguesas nos mercados externos”, explica o banco.

A nível institucional, o Banco Português de Fomento “acelerará o encerramento de recomendações emitidas pelas entidades de supervisão e regulação, como o Banco de Portugal, e será centralizada internamente a recuperação de crédito, aumentando o controlo e a eficácia do BPF neste processo”, acrescenta.

“Por fim, mas não menos importante, será reforçada a cultura organizacional do BPF através do programa People First – simbolizando o início de um novo ciclo de valorização das Pessoas e de Todos os Colaboradores que fazem parte desta missão pública”, sublinha o banco soberano.

A administração liderada por Gonçalo Regalado, diz que este novo ciclo do BPF “assenta numa cultura de serviço público orientada para resultados, rapidez de resposta e foco no impacto real na economia”.

“Os primeiros 100 dias foram apenas o início de uma trajetória que visa posicionar o Banco Português do Fomento como o verdadeiro banco das empresas e um parceiro estratégico do desenvolvimento económico nacional”, refere a instituição.


Destaques e números-chave

Garantias e financiamento às empresas
• 125 mil garantias pré-aprovadas emitidas até março;
• 24 mil milhões de euros em garantias atribuídas;
• 6.808 candidaturas em 2 semanas (1.990 milhões de euros em crédito solicitado);
• 3.467 candidaturas já aprovadas (970 milhões de crédito já aprovado);
• Decisão em 7 dias úteis para empresas dentro do modelo pré aprovado;

Novas linhas de apoio ao investimento

• Reforço da Linha BPF INVEST EU para 8.740 milhões de euros;
• Nova Linha BPF INVEST PT EXPORT com 3.500 milhões de euros;
• Linha PRR Inovação Empresarial com lançamento previsto para o 2.º trimestre;
• Linha Fomento PT 2030 (3 mil milhões de euros), articulada com fundos europeus;

Internacionalização e cooperação estratégica
• Reforço da Parceria com os Bancos Soberanos Europeus;
• Parceria com fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos;
• Integração da SOFID no Grupo BPF como entidade multilateral;
• Participação no programa europeu Global Gateway (300 mil milhões de euros);
• Integração da Agência de Crédito à Exportação (ECA), em parceria com a COSEC e a DGTF;
• Consolidação da imagem do BPF como “Banco da Lusofonia”;

Transformação digital e operacional
• Criação de plataforma digital integrada com ligação aos vários serviços do Estado;
• Introdução de inteligência artificial nos processos de análise e concessão de crédito;

Governança e reforço institucional
• Fusão das 4 Sociedades de Garantia Mútua, com criação de uma entidade única;
• Consolidação do papel do BPF como “Banco das Garantias”;
• Recompra de ações das SGMs para reembolso às empresas investidoras;

Grandes alavancas para o crescimento económico
• Lançamento da nova geração de garantias – Portugal 2030 e PRR (3 mil milhões de euros);
• Candidatura ao programa FEI-BEI InvestEU (6.500 milhões em garantias);
• Pagamento de mais de 1.000 subvenções COVID às empresas (mais de 35 milhões de euros).

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