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Ministério Público da Suíça acusa UBS de falhas no branqueamento de capitais no “Escândalo dos títulos do atum”

O escândalo dos títulos de atum de Moçambique resultou numa multa pesada para o Credit Suisse, e uma investigação sobre transferências de alegados subornos através das suas contas envolveu agora também o UBS.
EPA/MICHAEL BUHOLZER
2 Dezembro 2025, 15h24

Os procuradores federais suíços acusaram esta segunda-feira o Credit Suisse, pertencente ao UBS, de não ter impedido o branqueamento de capitais ligado a empréstimos concedidos à frota pesqueira de atum de Moçambique, o que desencadeou uma crise económica no país africano há quase uma década. A notícia é avançada pela Reuters.

O Ministério Público da Suíça (OAG) alega que o Credit Suisse e o seu sucessor legal, o UBS, são responsáveis ​​por não terem impedido a infração devido a deficiências organizacionais.

“Rejeitamos firmemente as conclusões do Gabinete do Procurador-Geral e defenderemos vigorosamente a nossa posição”, disse o UBS em comunicado.

O escândalo dos títulos de atum de Moçambique resultou numa multa pesada para o Credit Suisse, e uma investigação sobre transferências de alegados subornos através das suas contas envolveu agora também o UBS.

O caso diz respeito a empréstimos de mais de 2 mil milhões de dólares concedidos pelo Credit Suisse a empresas estatais em Moçambique – um  caso que ficou conhecido como o escândalo dos títulos do atum – e diz ainda respeito à relação comercial do banco com uma empresa estrangeira.

O Credit Suisse ajudou a organizar empréstimos para três projetos de Moçambique: a frota de pesca de atum, estaleiros e barcos de combate à pirataria. O propósito era desenvolver a indústria de atum e a segurança marítima, mas o dinheiro foi desviado.

Alega-se que cerca de 7,9 milhões de dólares foram transferidos do Ministério das Finanças de Moçambique para contas da empresa no Credit Suisse, na Suíça, segundo os Procuradores Suíços.

A acusação do Ministério Público alega que o dinheiro recebido foi obtido ou facilitado através de suborno de funcionários moçambicanos e má conduta no sector público.

 


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