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Governo paga hoje reembolso antecipado aos credores europeus para poupar 120 milhões de euros

Governo justifica que pagamento antecipado ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira pelos empréstimos concedidos em 2011 permite a poupança em juros, mas também suavizar a curva de amortizações.
17 Outubro 2019, 07h46

O Governo faz esta quinta-feira um pagamento antecipado de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) pelos empréstimos concedidos durante a intervenção da ‘troika’, com o objetivo de poupar 120 milhões de euros em juros.

A data foi avançada esta segunda-feira pela presidente do IGCP- Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, Cristina Casalinho, depois de na semana passada, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, ter dito que o pagamento permitirá uma poupança em juros acumulada de cerca 120 milhões de euros.

Segundo o governante, o pagamento antecipado permite dispersar por períodos mais largos as amortizações, mitigando a pressão na Tesouraria. “[O reembolso antecipado] tem a virtude – além da poupança em juros – de reduzir aquilo que temos de pagar em 2025 e 2026, que são anos em que os pagamentos estavam particularmente concentrados”, disse Ricardo Mourinho Félix, em declarações à agência Lusa.

Cristina Casalinho também destacou que “as condições de mercado são mais favoráveis resolveu-se uma antecipação deste reembolso”, uma vez que Portugal se tem financiado a taxas de juros historicamente baixas.

Devido às clausulas dos empréstimos concedidos pelos credores em 2011, para que o reembolso ao FEEF pudesse avançar, ficou acordado um pagamento antecipado de 500 milhões de euros ao Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (MEEF) até 2022.

Questionada sobre a possibilidade de existirem mais pagamentos antecipados, a presidente do IGCP disse esta segunda-feira que a decisão é “política”, apesar de admitir que do ponto de vista da gestão da dívida portuguesa “pode haver” condições para o fazer. No entanto, também destacou que as condições dos empréstimos do FMI e dos credores europeus diferem.

“Ao contrário do empréstimo do FMI que tinha condições estruturais que favoreciam o reembolso antecipado, devido à arquitetura do próprio projeto europeu, os empréstimos europeus não estão formatos de uma forma a agilizar reembolsos antecipados. Portanto, são processos mais complexos e embora financeiramente possam ter algumas vantagens não têm vantagens tão esmagadoras quanto os empréstimos do FMI tinham”, explicou.

Em dezembro de 2018, Portugal completou o reembolso antecipado dos empréstimos do FMI, com a liquidação de 4,7 mil milhões de euros.

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