[weglot_switcher]

Vasco Lourenço: Tancos foi encenado com “mãozinha” de serviços de informação

Coronel Vasco Lourenço defendeu que Azeredo Lopes “nunca devia ter chegado” a ministro, mas a demissão seria “dar razão aos que estão a procurar destruir o Governo”.
16 Julho 2017, 11h36

O coronel Vasco Lourenço acredita que o roubo de material militar de Tancos poderá não ter sido um assalto, mas uma encenação. O caso levou a críticas ao Executivo de António Costa, bem como ao Chefe do Estado Maior do Exército, o general Rovisco Duarte, e já levou à exoneração de cinco comandantes. O plano teria sido orquestrado para derrubar o Governo e terá tido apoio de organizações, incluindo internacionais, explicou Vasco Lourenço, em entrevista ao Notícias ao Minuto.

“Tudo aquilo que se conhece aponta para não tenha havido um assalto… não houve confronto, não houve violência”, disse Vasco Lourenço. “A ser como eu acredito que tenha sido, é evidente que não tenho garantias que as ilações que estou a fazer sejam corretas – nada garante que esta hipótese que levanto corresponda àquilo que se passou, mas é a hipótese lógica de análise relativa à situação – é preciso saber quem provocou o acerto de cargas. Isto é, foi quem entretanto fez o furto durante algum tempo?”

“Sabemos também a capacidade que determinadas organizações e determinadas forças têm em criar incidentes deste tipo. Sabemos isso. Não me custa nada admitir que tenha sido uma organização mais sofisticada a organizar isto, a provocar esta situação. Há uma coisa que é inevitável, a vontade de destruir a solução que está a vigorar em Portugal é muito forte e tem forças internacionais envolvidas”.

Em entrevista ao Notícias ao Minuto, Vasco Lourenço questionou as razões para o jornal El Español ter noticiado a lista completa de material roubado e lembrou que a mesma publicação tinha já noticiado que Portugal não queria a ajuda de bombeiros espanhóis. “Tudo isto nos obriga a pensar que pode haver aqui mãozinha de serviços de informação”, disse, acrescentando que o material roubado não tem interesse ou valor comercial.

Questionado sobre se o ministro da Defesa devia pedir a demissão, Vasco Lourenço respondeu que Tancos é um problema do Governo e não apenas de José Alberto Azeredo Lopes. No entanto, o coronel disse acreditar que não há razões para demissões.

É evidente que considero que o ministro já não devia lá estar há muito tempo, ou melhor, nunca devia ter lá chegado, mas isso não significa que seja agora por isto que deva ser demitido. A acontecer estaríamos a dar razão, dentro da minha teoria, aos que estão a procurar destruir o Governo”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.