A primeira a fazer o upgrade e colocar a República em nível de investimento foi a S&P, em setembro. Esta sexta-feira, a Fitch poderá seguir-lhe os passos. “É provável que a Fitch acompanhe a decisão da S&P e suba o rating de Portugal para grau de investimento”, afirmou Filipe Garcia, economista e presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros. “Provavelmente, a Fitch irá citar o crescimento económico de Portugal, o comportamento da dívida em mercado secundário e as alterações no perfil da dívida para sustentar a sua decisão”.
Na última avaliação, em junho, a agência subiu a perspetiva do rating soberano para positiva, de estável, mantendo a notação em BB+, ou seja no primeiro nível de ‘lixo’. Na altura, referiu esperar que o Governo português continue a aplicar uma política orçamental mais apertada, enquanto mantém a estabilidade política no país com maioria parlamentar.
Por outro lado, alertou que o rácio da dívida face ao PIB está bastante acima da média da categoria ‘BB’ (51%) e da média da zona euro (90%). Na proposta de Orçamento do Estado para 2018, o Governo projeta que o endividamento do Estado caia para 126,2% do PIB este ano e para 123,5% em 2018, o que compara com os 130,4% de 2016.
Apesar de a expetativa ser elevada, existe um precedente que poderá não ser repetido, mas que é preciso ter em mente. A Fitch já tinha subido a perspetiva da dívida nacional (entre abril de 2014 e março de 2016), sem depois tomar qualquer decisão sobre alterações ao rating.
A canadiana DBRS foi a única a atribuir grau de investimento a Portugal, uma posição que qualificou o país para o programa de ativos do Banco Central Europeu (BCE), que foi um dos principais fatores para controlar a subida das taxas de juros da dívida. Se a Fitch subir o rating de Portugal esta sexta-feira, ficará a faltar a Moody’s que manteve o rating em setembro e ainda não divulgou quando fará a revisão em 2018.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com