O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou hoje que a invasão russa na Ucrânia “destacou o poder e o propósito da diplomacia” dos Estados Unidos (EUA), frisando estar “orgulhoso” do papel do seu país.
Num comunicado enviado às redações acerca da sua audiência perante a Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre a proposta de orçamento do Governo de Joe Biden para o Departamento de Estado, Blinken aproveitou para descrever as suas impressões acerca do conflito na Ucrânia, onde esteve esta semana.
Na viagem de comboio pela Ucrânia, “vimos quilómetros e quilómetros de campos ucranianos, território que há apenas alguns meses o Governo russo pensou que poderia tomar em questão de semanas – hoje firmemente ucraniano”, disse o secretário de Estado.
“Os ucranianos venceram a batalha por Kiev e por todo o sofrimento que viveram, por toda a carnificina que a invasão brutal da Rússia continua a infligir, a Ucrânia foi e continuará a ser um país livre e independente. É impossível não nos emocionarmos com o que os ucranianos conquistaram. Também é impossível não acreditar que eles continuarão a ter sucesso, porque eles sabem pelo que lutam”, acrescentou.
Blinken destacou assim o papel dos EUA no apoio prestado à Ucrânia e ao povo ucraniano, afirmando estar convicto “de que não devem desistir”, cabendo ao Departamento de Estado impulsionar a diplomacia e “aproveitar oportunidades estratégicas”, num momento em que os países estão a “reconsiderar as suas políticas, prioridades e relacionamentos”.
“A nossa diplomacia está a reunir aliados e parceiros em todo o mundo para se juntarem a nós no apoio à Ucrânia com segurança, assistência económica e humanitária; impor custos maciços ao Kremlin; fortalecer a nossa segurança e defesa coletiva; abordando as crescentes consequências globais da guerra, incluindo as atuais crises de refugiados e alimentos”, indicou, citado em comunicado.
“O pedido de orçamento perante o comité antecedeu esta crise, mas financiá-lo totalmente é fundamental, na minha opinião, para garantir que a guerra da Rússia na Ucrânia seja um fracasso estratégico para o Kremlin e sirva como uma lição poderosa para aqueles que podem considerar seguir o seu caminho”, frisou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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