As empresas “média dimensão” na Europa, com receitas anuais de 0,5 a 5 mil milhões de euros, representam uma oportunidade de negócio para o sector dos fornecedores de serviços de Tecnologias da Informação (TI), que têm estado a aumenta o seu investimento na transformação digital e mostram ser mais fiéis na marca de software e infraestruturas que escolhem do que as grandes multinacionais.
A conclusão é de um estudo da consultora Oliver Wyman, que estima que o investimento das empresas neste segmento aumentará 8,8% por ano até 2026 e a despesa agregada, das organizações consideradas médias, em serviços informáticos crescerá 52% para 99,6 mil milhões de euros daqui a quatro anos.
Segundo Hendrik Willenbruch, sócio da Oliver Wyman, “no rescaldo da pandemia, muitas empresas decidiram recuperar o atraso através de investimentos chave, de modo a acelerar a transformação para a cloud, responder aos requisitos cada vez mais exigentes de cibersegurança e, em última análise, modernizar as suas aplicações”.
O partner da área de Telecomunicações, Media e Comunicação da Oliver Wyman começa por explicar “até agora, cerca de metade dos clientes do mercado médio optavam por gerir as TI principalmente a nível interno”, mas, confrontadas com algumas dificuldades de recursos, “recorrem cada vez mais a fornecedores externos, especialmente as médias empresas, que consideram mais difícil atrair talento num ambiente de escassez geral de especialistas em recursos de TI”.
A análise, que abrangeu Alemanha, França e Reino Unido, concluiu ainda que as operadoras de telecomunicações e empresas puramente tecnológicas foram as que mais investiram em TI (27%, num total de mais de 17,5 mil milhões de euros), seguidas pelos bancos e seguradoras (21%, cerca de 14 mil milhões de euros) e pela indústria transformadora e recursos naturais (9,9 mil milhões de euros ou 15% do total).
Os especialistas da consultora aperceberam-se também de que, em termos de comportamento de compra, as empresas de média dimensão dão prioridade aos fornecedores que vendem soluções à sua medida e especificamente adaptadas a cada indústria (oferta personalizada), bem como à qualidade do serviço, e acabam por escolher uma parceria longínqua. Por outro lado, as de maior dimensão (com 2 a 5 mil milhões de euros de receitas anuais) tendem mais a mudar de fornecedor: 20% dos gestores inquiridos admitem ter alterado, pelo menos, um dos seus dois principais fornecedores nos últimos dois anos.
“As razões apontadas pelas empresas de média dimensão tendem a ser a relação de confiança com os seus fornecedores de serviços de TI ao longo dos anos, dado que muitas vezes começaram com a aquisição de hardware antes de se estenderem a serviços concretos mais complexos. Isto traduz-se em oportunidades para grandes atores globais que não se têm concentrado muito neste segmento no passado, bem como para recém-chegados, como o ciberespaço e a cloud”, aponta Hendrik Willenbruch.
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