O conceito do Metaverso assenta no uso da tecnologia como parte da evolução humana, em todos os seus sentidos, onde a única limitação é a forma como se encara a nova forma de entender o mundo e a sociedade. Durante o evento ‘PXP powered by Teleperformance’, um conjunto de especialistas abordou o conceito de forma otimista, garantido que estamos perante um novo ciclo de evolução tecnológica.
Os intervenientes do painel ‘Metaverse Discussian’, Augusto Martinez Reyes, presidente-executivo da Teleperformance Portugal, Christian Emanuel Anton, presidente-executivo e co-fundador da Meetin VR, Camilla Hegarty, SVP Business Development & Practice Lead Trust and Safety e Randall van Poelvoorde, presidente-executivo e co-fundador da RobotXperience, abordaram a tecnologia que promete revolucionar o mundo, sem esquecer a barreira geracional que separa céticos de entusiastas.
“As empresas têm de começar a apostar no metaverso. Sabemos que o planeta está a aquecer, precisamos de um sítio onde possamos ir que não implique viagens de avião, caras, e emitem muito CO2. O metaverso pode ser uma das alternativas para resolver este problema”, começa por dizer Poelvoorde. Para concretizar esta ambição, o CEO da RobotXperience afirma ser fundamental garantir uma experiência “menos polarizada”, ao contrário do que acontece no atual formato das redes sociais. “Se pudermos ter uma presença semelhante à física no metaverso, com todos os sentidos, podemos ter uma experiência menos polarizada e, assim, reduzir os problemas sociais”.
A escassez de trabalhadores, que a sociedade ainda não conseguiu recuperar após a pandemia de Covid-19, poderá ser outras das vantagens conferidas pelo mundo virtual. Aqui, a experiência acumulada com o trabalho remoto ajuda a alavancar a ideia de um espaço de trabalho onde os colaboradores estão sentados ‘lado a lado’ virtualmente e onde o ambiente de escritório pode ser adaptado às realidades individuais, substituindo o atual formato do espaço físico, e respetivas limitações. Como consequência, segundo Augusto Martinez Reyes, poderá ajudar no processo de recrutamento e tornar-se no “futuro do trabalho”.
Para tal, o CEO da Teleperformance Portugal, sublinha que é necessário “garantir as melhores comunidades”. Reyes, dá como exemplo a indústria de videojogos, que considera ser a “líder do pelotão” no que aos conceitos do espaço virtual dizem respeito. “Os melhores jogos têm as melhores comunidades. Ninguém quer ir a um museu que está completamente vazio. O que o metaverso precisa é ter uma boa comunidade que dê vontade de voltar”.
No entanto, os problemas que a sociedade enfrenta no formato já considerado como ‘tradicional’ da internet, também estão presentes no metaverso. Assédio, bullying ou trolls, são problemas que terão de ser combatidos para que a experiência dos utilizadores, quer no âmbito profissional, quer pessoal, esteja protegida e confira um grau de segurança que torne esta tecnologia numa forma eficiente de trabalhar, socializar e jogar.
Camilla Hegarty, cujas responsabilidades na Teleperfomance passam por garantir a segurança dos trabalhadores, clientes e respetivos dados, refere que “as lições aprendidas com a internet têm de ser utilizadas de forma adaptada e mais eficiente no metaverso. Temos de pensar na forma como usamos a tecnologia e a inteligência artificial (IA)”. Uma das soluções apontadas pela responsável, é recorrer à moderação, “humana e de IA. Também vai ter muito a ver com a identidade de cada pessoa, vai ser complicado, mas vai ser muito bom. Há riscos e ameaças, que não são diferentes das que existem na internet, mas temos de abordá-las e lidar com elas”.
Sobre uma das componentes fundamentais que estimula o conceito do metaverso, a realidade virtual (RV), Christian Emanuel Anton, garante que a tecnologia é “maneira mais imersiva e o meio principal que transforma a experiência”. Aqui, o responsável da Meetin VR, assegura que, no espaço de três a cinco anos, as pessoas vão passar “metade das horas de trabalho no metaverso e ainda mais a jogar”.
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