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Algoritmos para antecipar falhas em contratos são “eficientes”, mas requerem “cuidado”, diz ASFAC

O secretário-geral da Associação de Instituições de Crédito Especializado afirma ao JE que a nova lei europeia da Inteligência Artificial não deve ser vista como um inibidor da inovação: “Na área financeira, é importante esta utilização, porque – como dizia o Banco de Portugal e concordo – mais vale um erro de 80% automático do que um 100% humano”.
6 Fevereiro 2024, 14h22

O secretário-geral da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC) disse esta terça-feira que as empresas que representa têm investido significativamente em sistemas de informação de segurança e em machine learning, o que gera mais eficiência, mas também requer cuidados adicionais.

“A Inteligência Artificial [IA] é uma realidade e é importante que se veja que pode ser utilizada pelas instituições, uma vez que também o é pelo Banco de Portugal, mas com cuidado, limites e sem pôr de lado as pessoas”, referiu Duarte Gomes Pereira ao Jornal Económico (JE), à margem do evento “Uso da Inteligência Artificial na atividade financeira”, que se realizou esta manhã.

Segundo o secretário-geral da ASFAC, a nova regulamentação europeia sobre IA (AI Act) não deve ser vista como um inibidor da inovação. “Na área financeira, é importante esta utilização, porque – como dizia o Banco de Portugal e concordo – mais vale um erro de 80% automático do que um 100% humano”, comparou.

“A criação de formas de probabilidade de incumprimento tem de ser vista com cuidado, mas é muito mais eficiente”, garantiu Duarte Gomes Pereira ao JE, depois de dar as boas-vindas à audiência com um discurso escrito por dois chatbots famosos (o Bard, da Google, e o ChatGPT, da OpenAI).

“Toda a mecânica para avaliação de risco, controlo da capacidade financeira do cliente ao longo do contrato, saber se está em risco ou não de incumprimento… É muito mais simples anteciparmos com antecedência que um cliente poderá estar em dificuldades e, a partir daí, apresentarmos logo uma solução para que nem sequer incumpra”, argumentou.

Manuel Ángel Guzmán, partner da consultora Management Solutions, apresentou à audiência dois exemplos de abordagens distintas da banca sobre a IA: Wells Fargo versus Citi. As duas instituições financeiras norte-americanas têm perspetivas e posicionamentos diferentes sobre a adoção de IA, apesar de ambos terem imposto limites à utilização do ChatGPT pelos seus trabalhadores.

“Tem a ver com o apetite de risco que queres ter. Nas organizações financeiras, em todas as opções estratégicas que fazes, tens de definir o nível de risco que estás disposto a tomar. A partir daí, consegue-se definir que L.L.M. se podem integrar”, esclareceu ao JE o consultor espanhol, que também esteve presente nesta conferência sobre digitalização das instituições de crédito, organizada pela ASFAC e pela Management Solutions, no Hotel Eurostars Lisboa.

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