O concelho de administração da aliança Gavi, fundada por Bill Gates e pela ex-mulher, Miranda Gates, aprovou um fundo de 775 milhões de dólares para financiar a distribuição de vacinas aos países mais pobres nos próximos dois anos. De acordo com a notícia avançada pela “Reuters”, esta sexta-feira, o objetivo é acelerar o processo de vacinação e capacitar estes países no combate ao surgimento de novas variantes.
Durante a reunião que decorreu durante dois dias, a fundação liderada por Durão Barroso, aprovou este pacote milionário que pode chegar aos 925 milhões de dólares.
Até agora, a iniciativa, que trabalha em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS), já conseguiu entregar 900 milhões de doses de vacinas anti-Covid a 132 países desde fevereiro, mas depara-se com alguns obstáculos a nível de produção e fornecimento devido à suspensão de exportação de vacinas vindas da Índia, um dos maiores produtores de fármacos no mundo.
Ainda assim, a Gavi espera que a Covax consiga distribuir até 1,8 mil milhões de doses de vacinas a países com menos rendimentos até ao final do primeiro trimestre, de 2022.
Além do reforço no financiamento deste projeto, a administração aprovou ainda novos termos para facilitar o acesso às vacinas, o que poderá afastar os países de médio e alto rendimento a participar na iniciativa uma vez que prevê que estas nações paguem pelas vacinas invés de as receber gratuitamente.
“A partir de 2022, o modelo permitirá que os participantes com condições de auto financiamento, e que contam com a facilidade de acesso às doses, continuem adquirindo vacinas através da Covax sob os termos e condições revistos”, cita a “Reuters” a ata da reunião. A reforma tem como objetivo reduzir os riscos financeiros da Covax, aumentar o foco nos países mais necessitados e reduzir o apoio aos países mais ricos. Desta forma, a Gavi estima que a atual lista de 190 países membros caia para 120 ou 130 no próximo ano.
As mudanças significam que países da América Latina e do Oriente Médio, bem como países como a África do Sul, podem enfrentar custos mais altos para aceder ao esquema e precisarão de dinheiro emprestado para garantir as doses. No entanto, os países mais pobres, principalmente na África e Sudeste Asiático, manterão as mesmas condições, com pouco ou nenhum custo para comprar vacinas.
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