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António Costa quer alívio gradual de medidas de contenção de “quinze em quinze dias”

Com o lema “máxima contenção com mínima perturbação”, o líder do Executivo socialista espera que os meses de maio e junho sejam “de transição para progressivo desconfinamento”, mas sublinha que isso não significa um regresso à normalidade.
22 Abril 2020, 16h05

O primeiro-ministro, António Costa, quer um alívio “gradual” das medidas de contenção adotadas devido à pandemia da Covid-19 de “quinze em quinze dias”. Com o lema “máxima contenção com mínima perturbação”, o líder do Executivo socialista espera que os meses de maio e junho sejam “de transição para progressivo desconfinamento”, mas sublinha que isso não significa um regresso à normalidade.

“Se a primeira fase foi conter a pandemia sem matar a economia, agora a prioridade tem de começar a ser reanimar a economia, sem deixar descontrolar a pandemia. Por isso, temos de avançar de forma gradual, com uma cadência, a meu ver, de quinze em quinze dias”, afirmou António Costa, em resposta a uma pergunta do deputado e secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, sobre uma eventual “abertura progressiva” da economia.

António Costa acrescentou que essa abertura “deve ser progressiva, setor a setor, atividade a atividade, evitando a aglomeração em determinados pontos ou locais, com gestão crítica da rede de transportes públicas, com melhoria da oferta e procura horário desfasada, através do desfasamento horário” para “termos os meses de maio e junho como meses de transição para progressivo desconfinamento”.

Mais tarde, numa resposta ao deputado social-democrata Álvaro Almeida – a quem garantiu que o Governo vai adotar a sugestão, avançada por Rui Rio, de aplicar a taxa reduzida de IVA às máscaras de proteção e gel desinfectante -, o primeiro-ministro salientou que será preciso aguardar até ao final de maio para “podermos todos sentarmos-nos à mesa para um consenso o mais alargado possível”, tanto a nível político como social, para definir um plano de recuperação para a economia portuguesa. Além do Orçamento do Estado suplementar que se tornará necessário fazer aprovar.

“Ainda ninguém sabe totalmente o grau de queda da economia. Só sabemos que é brutal”, disse o primeiro-ministro, realçando a necessidade de apurar quais são os mecanismos de apoio aos Estados-membros que serão disponibilizados pela União Europeia. Só então será possível definir “a terapia mais adequada”.

Preparação para o imprevisto

O primeiro-ministro sublinhara, na resposta a José Luís Carneiro, que o desconfinamento não significa um regresso à vida que tínhamos antes do surto epidémico, tendo em conta que é provável que, no próximo ano, ainda tenhamos de “conviver com o vírus e provavelmente sem vacina e sem terapia”. “Temos de estar preparados para não sermos outra vez surpreendidos pelo imprevisto que este ano existiu”, disse.

António Costa referiu ainda que as medidas que foram tomadas pelo Governo deram ao país “um capital enorme para o futuro quando tivemos de relançar a nossa economia e reafirmar a nossa credibilidade com país viável para os parceiros internacionais e para a atração de investimento que é fundamental para podermos prosseguir uma trajetória de modernização e criação de emprego melhor qualificado e melhor remunerado”.

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