[weglot_switcher]

António Rios de Amorim: “Vamos produzir projetos específicos para Nova Iorque”

A Corticeira Amorim apresentou o City Cortex, o seu terceiro grande programa de investigação na produção de peças de cortiça que serão expostas em Manhattan. Daí, vão partir para o mundo.
7 Outubro 2019, 12h00

O presidente da Corticeira Amorim – a única empresa portuguesa que é líder no seu sector a nível mundial – apresentou esta quarta-feira, 2 de outubro, em Lisboa, na presença do Embaixador dos Estados Unidos em Portugal, George Glass, o seu terceiro projeto de utilização sustentável da cortiça, depois do “Metamorphosis”, em 2013 e do “Matéria”, realizado em 2011. Trata-se do “City Cortex”, um programa de investigação que explora o potencial sustentável da cortiça através da visão de cinco estúdios internacionais de design e arquitectura, que nasce do desafio lançado à experimentadesign – Associação para a Promoção do Design e Cultura de Projecto, liderada por Guta Moura Guedes.

O City Cortex olha para as cidades do século XXI como organismos vivos e dinâmicos, e mais atentamente para os desafios do urbanismo, de entre os quais se destacam a mobilidade, a segurança, o conforto, a sustentabilidade, as alterações climáticas e a coesão social. Das contribuições de arquitetos e designers de renome internacional, nascerão peças originais, feitas em cortiça e destinadas ao espaço urbano da cidade de Nova Iorque, onde serão exibidos os resultados, no final do primeiro semestre de 2020.

A Corticeira Amorim prevê aumentar as exportações em 2019 e aposta neste projeto que será divulgado nos Estados Unidos, pela importância internacional que tem – continua a ser um dos maiores mercados do mundo, decisivo no incremento das aquisições de cortiça à Corticeira. Quanto ao impacto desta nova iniciativa, António Rios de Amorim, disse ao Jornal Económico que “nesta fase inicial não temos estimativa do valor potencial de impacto do projeto”.

A Corticeira Amorim prevê um ligeiro aumento das exportações em 2019. Que mercados são decisivos para o aumento de exportações previsto?
A Corticeira Amorim continua a apostar e a reforçar o seu posicionamento em mercados como os EUA, a França, a Itália, a Espanha, o Médio Oriente, e em muitos outros mercados.

O projeto City Cortex vai ser apresentado nos EUA, em Nova Iorque. Qual é a estimativa que a Corticeira Amorim faz para o valor potencial do projeto City Cortex no mercado norte-americano?
City Cortex tem uma lógica fortemente enraizada na pesquisa e na investigação; as primeiras fases têm envolvido uma aproximação entre os participantes e a cortiça. Todos os arquitetos e designers convidados tiveram já oportunidade de conhecer profundamente o universo desta matéria-prima natural, descobrindo as suas possibilidades e testemunhando como é transformada, usada e reutilizada nas unidades fabris da Corticeira Amorim. Nesta fase inicial não temos estimativa do valor potencial de impacto do projeto, que irá depender do alcance das iniciativas projetadas, dos locais públicos selecionados, do caráter temporário ou permanente das obras.

Como este projeto é apresentado em NY, a Corticeira Amorim tenciona ter um showroom em NY dedicado a esta iniciativa?
City Cortex não é um projeto comercial. É um conjunto de iniciativas gizadas para mostrar as valências, a versatilidade e a forma como a cortiça pode melhorar a vida nas cidades. Considerando a cidade como um sistema dinâmico, e tendo em conta os desafios que as grandes metrópoles enfrentam no quadro do século XXI, City Cortex tem como principais pilares de análise e intervenção a sustentabilidade ambiental das cidades e a influência que esta pode exercer sobre os problemas de ordem climática; a potencial contribuição da cortiça para soluções em espaço urbano público ou semipúblico; o conforto dos cidadãos e o aperfeiçoamento dos espaços urbanos; o papel do design e da arquitetura para a melhoria desses espaços, mediante o recurso a materiais sustentáveis; e o conceito de cidade como lugar de encontro intergeracional e intercultural, marcado pela segurança e felicidade.

Os cinco estúdios que foram convidados para este projeto irão produzir projetos específicos para a cidade de Nova Iorque, que serão apresentados na cidade de dois modos, quer sob a forma de exposição (desenhos, maquetes e elementos de desenvolvimento do processo criativo), quer sob a forma de intervenções, à escala real, em espaços públicos ou semipúblicos de Manhattan.

Deste projeto não decorre, pois, a criação de um showroom comercial na cidade, mas sim a mostra e a experimentação das soluções criativas no próprio espaço de usufruto das mesmas.

Quantas pessoas – especialistas, designers ou técnicos – vão estar envolvidas neste novo projeto da Corticeira?
Foram escolhidos cinco estúdios internacionais: Diller Scofidio + Renfro (arquitetura); Gabriel Calatrava (arquitetura); Leong Leong (arquitetura); Sagmeister & Walsh (design gráfico); Philippe Starck (design).

O projeto é lançado em Nova Iorque. Posteriormente, em função do sucesso que venha a ter no mercado, poderá ser desenvolvido em várias outras cidades a nível mundial? A quantos países poderá chegar o City Cortex?
Assim, pretendendo-se chegar aos EUA e investigar o papel que a cortiça pode ter nas grandes metrópoles, a escolha do palco para o lançamento do projeto tornou-se óbvia: Nova Iorque é uma das cidades mais importantes do mundo, estando na base de um imaginário partilhado a nível global. Facilmente associamos à cidade de Nova Iorque conceitos como liberdade, cultura, movimento ou urbanização, com uma energia singular, mas também com inúmeros desafios que a vida contemporânea coloca quer à cidade quer aos milhões e milhões de pessoas que nela habitam, trabalham ou passeiam. Acreditamos que o impacto destas ações será notável e capaz, de facto, de melhorar os espaços públicos e semipúblicos tornando-os mais acolhedores, inclusivos e sustentáveis, com impacto positivo visível na vida quotidiana das pessoas. Estimamos que os resultados da iniciativa em Nova Iorque se propaguem e possam levar novos conceitos aos espaços públicos do Porto, Lisboa e de muitas outras cidades que, um pouco por todo o mundo, concebem e valorizam espaços públicos sustentáveis e seguros para os seus habitantes.

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.