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António Saraiva: “O investimento no turismo não é sustentável”

António Saraiva fala sobre os constrangimentos que as empresas têm e o caminho que a economia deve seguir, para ser sustentável. E avisa para o risco de dependermos só da dinâmica de um setor.
  • Cristina Bernardo
3 Agosto 2018, 07h55

Disse do OE para 2018 que criava expetativas nas pessoas, mas que era, de alguma forma, uma deceção para as empresas. Para 2019, do que já se vai conhecendo e delineando, o OE é uma deceção novamente?

Antes de conhecermos o seu conteúdo, não podemos antecipar que seja uma desilusão. De facto, eu disse isso em relação ao OE de 2018, que criou expetativas nas pessoas e desilusão às empresas. Aquilo que eu queria para 2019 seria que o OE corrigisse esse objetivo e que, mantendo as expetativas para as pessoas – uma verdadeira expetativa, que tenha fundamentação e não apenas umas ideias que depois não têm concretização –, desse às empresas melhores condições para desenvolverem as suas atividades económicas. Desde logo, a previsibilidade fiscal, o que não tem existido; e gostaríamos de ter a reforma do IRC, que foi interrompida. Enfim, um conjunto de medidas para as quais estamos, no seio da CIP, com um grupo de académicos, economistas e quadros da própria entidade a fazer um documento que iremos apresentar no próximo dia 11 de setembro, numa conferência que farei, para apresentarmos as nossas propostas e aquilo que gostaríamos ver contido no OE de 2019.

Em relação à questão do IRC, estamos apenas a falar de baixar o IRC para as empresas ou há outro tipo de medidas que a CIP pretende ver incluídas?

Há outro tipo de medidas, não apenas a taxa nominal de IRC. Mas, em termos fiscais, o que as empresas mais apreciariam seria a estabilidade fiscal, termos a garantia de que durante uma legislatura – durante duas legislaturas seria o ideal – o quadro fiscal não se altera, de maneira a que as empresas saibam que o regime fiscal é aquele. Assim, têm previsibilidade. Sendo obviamente importante as taxas e os impostos diretos e indiretos que essa carga fiscal contém.

Entrevista publicada na edição semanal do Jornal Económico. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor.

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